Embalagem inteligente combate complexidade da cadeia de suprimentos

Tags RFID ou códigos serializados impressos digitalmente tornam a logística mais confiável e eficiente, economizando dinheiro e tornando-a um pouco menos complexa

Milton Froiman

O diâmetro da Terra em sua maior largura é de 7.917 milhas, com a circunferência sendo 24.901 milhas. Peras em cubos da Dole plc – colhidas na Argentina e processadas na Tailândia – viajam 19.000 milhas antes de chegar ao seu mercado nos EUA. Isso é 76% da circunferência da Terra, em sua maior largura. A Argentina e os EUA estão a apenas 5.600 milhas de distância, e essas peras viajam duas vezes pelo Pacífico apenas para chegar ao continente vizinho. Em média, a refeição de um cidadão americano percorre 1.500 milhas antes de chegar aos pratos.

Como a globalização permite a otimização da cadeia de suprimentos com custos mínimos, é mais barato enviar peras para a Tailândia para processamento em vez de processá-las na Argentina e enviar diretamente para os EUA. Podem perguntar: “Quão complexa pode ser uma Cadeia de Suprimentos?” A resposta será sempre: “bastante complexa”.

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Milton Froiman

Essa complexidade pode ser combatida por tecnologias de embalagem inteligente, como identificação por radiofrequência (RFID) e impressão digital, usando QR-Codes serializados ou marcas d’água. A ideia, neste caso, é criar a Cadeia de Suprimentos Inteligente: uma versão de alta tecnologia de todo o processo logístico.

Se a Smart Packaging é observada apenas pelo ponto de vista do Marketing, a impressão é de que há apenas as grandes novidades que aparecem todos os dias para tornar a experiência do usuário mais imersiva e personalizada. Nesse contexto, a Smart Packaging agrega um alto valor à marca, o que é ótimo, por trazer o consumidor para interagir diretamente com os fabricantes. No entanto, este não é o ponto final.

As tecnologias de embalagem inteligente trazem mais eficiência às cadeias de suprimentos em qualquer lugar. Milhares – ou milhões – de empresas em todo o mundo estão usando essas tecnologias para fazer com que os produtos certos cheguem sãos e salvos a seus compradores, que vão de grandes empresas a um único consumidor final. Com etiquetas RFID ou códigos serializados impressos digitalmente em caixas, o processo logístico se torna mais confiável e eficiente, economizando dinheiro com erros humanos e tornando-o um pouco menos complexo. E, claro, permitir um contato mais próximo com o comprador, mesmo que ele esteja do outro lado do planeta.

Vamos considerar que alguém queira contestar, dizendo: “os códigos usados ​​nos recursos tecnológicos devem ser padronizados para que tudo funcione em uma Cadeia de Suprimentos global, certo?” Certo! Esse é um dos principais desafios e precisa ser entendido nesse processo: a padronização.

Um desafio, porque algumas empresas decidem usar seus próprios códigos para identificar produtos, o que é um erro e se torna uma barreira para colher benefícios dos padrões. E uma necessidade, porque não há nada a se explorar como benefício de um investimento em tecnologia para a Cadeia de Suprimentos se você não incorporar um padrão nele.

Os padrões estão no núcleo das cadeias de suprimentos com tecnologias de embalagem inteligente. Assim como os contêineres que podem ser transportados por navio, caminhão ou trem, os códigos padronizados podem ser lidos em qualquer lugar, na China, EUA, Brasil ou Austrália, sem nenhum tipo de tradução.

Certamente, as tecnologias de embalagem inteligente podem abordar a complexidade da cadeia de suprimentos. Porém, não se esqueça: se estiverem integradas com padrões globais.

Milton Froiman é o gestor de compras e cadeia de suprimentos do FIT – Instituto de Tecnologia.

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