Desafios ao bom jornalismo do IoP Journal

Por incrível que pareça, falta apoio das empresas que podem colher frutos do conteúdo de qualidade elevada, bilingue e transformador, que conquistou alcance e credibilidade internacionais

Edson Perin

Quando implantamos o projeto do IoP Journal, em 2019, alguns colegas me perguntaram: “você acha que ainda tem pique para lançar uma nova mídia aos 52 anos de idade?”

Um sonoro “SIM!” foi a minha resposta. E hoje, aos 55 anos, ainda tenho pique, energia e vibração para novas ideias também. Implantar, mudar, renovar e desenvolver com os olhos apontados para o futuro são habilidades que cultivo e que me estimulam a trabalhar.

Assim, ao longo dos últimos quatro anos – inclusive atravessando a dolorosa pandemia – o IoP Journal conseguiu criar uma comunidade de mais de 750 seguidores no LinkedIn (até o fim do ano serão mais de 1.000), um newsletter semanal com mais de 16.000 leitores – crescendo semanalmente – e um site bilingue acessado por profissionais de todos os cantos do mundo, dos Estados Unidos à China, passando pela Europa e Brasil.

Edson Perin, editor
Edson Perin

Inclusive com um público em ascensão na Austrália, que se tornou um forte mercado consumidor do nosso conteúdo. O IoP Journal tem também um canal de vídeo poderoso no Youtube, com entrevistas exclusivas e numerosas, e presença marcante em outras redes sociais online. Além disso, tem seu conteúdo republicado pelo RFID Journal dos EUA, outro fator importante de internacionalização.

Ora, pombos!

Empreender é uma característica pessoal minha, que já se esboçava nos meus primeiros anos de vida, quando me tornei um jovem empresário – aos seis anos de idade! – caçando e vendendo pombos para o Clube Paulistano de Tiro, na zona norte de São Paulo, na época apelidado de Tiro ao Pombo. Vou contar esta história em detalhes num livro que está no forno… Aguarde!

Sim, a alegria de trabalhar e produzir está dentro de cada um de nós, sempre. Basta procurar e achar. Cada um ao seu modo, mas todos temos esta força.

O IoP Journal foi concebido para atender o mercado que surgiu de uma evolução no uso de tecnologias para negócios que começamos a notar – um grupo de executivos e eu – ainda no RFID Journal Brasil, que eu também implantei pioneiramente no país, com o apoio do meu querido ex-colega e amigo Mark Roberti, fundador e editor da versão original norte-americana.

Ou seja, notamos que as tecnologias de automação, como a identificação por radiofrequência (RFID), estavam abrindo espaço para novas oportunidades de negócios, transformando não apenas as cadeias de suprimentos (supply chains) e os pedágios, mas também as embalagens (packaging) dos produtos e o modo como os consumidores interagem com estas embalagens.

Assim, identificamos um mercado crescente e em formação: o de embalagens que podem conversar com as pessoas, estreitando os laços entre fabricantes e consumidores; laços estes que tinham sido quase que eliminados com o fim do modelo de cultura de massas que havia antes da internet, até os anos 1990.

Empreendedorismo e vibração

Uau! Vibrei com a possibilidade de participar de mais uma transformação de mercado motivada pela tecnologia e abracei o projeto com carinho e empenho. Afinal, minha inspiração e história de empreendedorismo não tinham ficado só na infância. Já havia criado com recursos financeiros próprios uma pequena rede de emissoras de rádio nos anos 1990, com o uso de tecnologia simples de telefonia, para levar conteúdo jornalístico diário para o interior de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, incluindo as capitais dos dois últimos estados.

Tinha também atuado para implantar o site de internet da Rede Bandeirantes de Rádio e TV, a partir de 1996, pioneira na transmissão de jornalismo por streaming no Brasil. E havia integrado a equipe de um portal de tecnologia inovador, logo que a internet começou a bombar no Brasil, um pouco antes de a “bolha” explodir em 2000.

Também ajudei a Microsoft e a Intel a informatizarem as instituições públicas do Brasil, como o Tribunal de Justiça de São Paulo, quando atuei como assessor de comunicação.

Abracei o IoP Journal e comecei a desenvolver o seu conteúdo com os critérios jornalísticos éticos corretos que aprendi, defendo e ajudei a trazer ao longo de mais de 30 anos até os dias de hoje, quando uma parte dos jornalistas passa por uma crise de credibilidade devido a erros e gafes cometidos. Fiz acordos internacionais e cobri eventos realizados nos Estados Unidos, Europa e Ásia, internacionalizando o IoP Journal, desde a raiz.

Veio a pandemia de Covid-19, em 2020, e muita coisa começou a ruir: acordos, projetos e… palavras. Uma tempestade de dificuldades atingiu todo o mundo, inclusive a minha empresa. Fiz de gato sapato e, tirando dinheiro da minha poupança pessoal, consegui manter o IoP Journal vivo. Ainda…

Na luta

Analisando o dia a dia, sei que muito precisa ser feito para educar o mercado sobre Internet of Packaging (Internet das Embalagens) e seguir construindo conceitos e ensinamentos. Sei também que muitas empresas podem se beneficiar disto e ganhar muito dinheiro.

O problema principal do IoP Journal hoje, por mais incrível que possa parecer, tem sido a falta de apoio das empresas que podem colher frutos do que produzimos: conteúdo de qualidade elevada, bilingue e transformador de empresas e mercados, com um forte teor educacional.

E mais: no Brasil, parece que as pessoas temem o sucesso de seus conterrâneos e até podem destruir o trabalho que seria útil a elas, pelo simples e infeliz prazer de não deixar o outro prosperar.

Espero, sinceramente, que as partes interessadas sejam capazes de acordar para o que podem perder antes que seja tarde… #ficaadica

Edson Perin é fundador e editor da Netpress Books Editora, empresa pioneira na produção de conteúdo distribuído em Rádio, TV e Internet, e publicação de livros sobre Tecnologias para Negócios.

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