Tecnologias modernas a serviço da logística e comércio internacionais

Os avanços na tecnologia nos deram a oportunidade de projetar toda a troca de dados da cadeia de suprimentos, envolvendo diferentes camadas no processo

Riho Vedler

A digitalização do comércio e da logística pode contribuir para os esforços de sustentabilidade, otimizando as rotas de transporte, reduzindo o consumo de combustível, minimizando as emissões e melhorando a eficiência geral dos recursos. A adoção de tecnologias digitais permite melhor visibilidade e controle sobre as operações logísticas, permitindo monitoramento proativo e otimização do uso de energia, gerenciamento de resíduos e redução da pegada de carbono. O impacto ambiental das operações logísticas é uma preocupação crescente.

Principais fatores que precisamos considerar:

• IDENTIDADE DIGITAL COMO PARTE DA CARTEIRA DIGITAL. A identidade digital no contexto de assinaturas eletrônicas envolve o uso de certificados digitais, chaves criptográficas e outros mecanismos seguros para estabelecer a identidade do signatário e garantir a integridade do documento assinado. Esses mecanismos vinculam a identidade digital do signatário à sua assinatura eletrônica, proporcionando confiança e validade jurídica aos documentos assinados digitalmente.

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Riho Vedler

Leis e legislações importantes que regem o assunto:
o UE | eIDAS2.0. Proposta de Regulamento do Parlamento Europeu e do Conselho que altera o Regulamento (UE) n.º 910/2014 no que diz respeito ao estabelecimento de um quadro para uma identidade digital europeia https://eur-lex.europa.eu/legal-content/EN/TXT/?uri=CELEX%3A52021PC0281
o ONU | UNCITRAL. Lei Modelo sobre o Uso e Reconhecimento Transfronteiriço de Serviços de Gestão de Identidade e Confiança
https://uncitral.un.org/en/mlit

• NORMALIZAÇÃO E INTERCÂMBIO DE DADOS INTERNACIONAL. A padronização promove a interoperabilidade, permitindo que diferentes sistemas, plataformas e tecnologias trabalhem juntos de forma eficaz. Quando os participantes da cadeia de suprimentos aderem a padrões comuns, fica mais fácil integrar diversos sistemas e trocar dados sem problemas. Essa interoperabilidade aprimora a colaboração e permite visibilidade em tempo real da movimentação de mercadorias, níveis de estoque e outras informações vitais em toda a cadeia de suprimentos.

Leis e legislações importantes que regem o assunto:
o UE | eFTI. Regulamento (UE) 2020/1056 do Parlamento Europeu e do Conselho de 15 de julho de 2020 sobre informações eletrônicas sobre transporte de mercadorias (eFTI) https://eur-lex.europa.eu/legal-content/EN/TXT/?uri=CELEX%3A32020R1056
o ONU | MLETR. Lei Modelo da UNCITRAL sobre Registros Eletrônicos Transferíveis
https://uncitral.un.org/en/texts/ecommerce/modellaw/electronic_transferable_records

• APRENDIZAGEM DE MÁQUINA (IA) E INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL (IA). AI e ML desempenham um papel significativo na otimização das operações da cadeia de suprimentos, analisando grandes volumes de dados, detectando padrões e gerando insights acionáveis. Isso permite que os profissionais da cadeia de suprimentos tomem decisões informadas sobre previsão de demanda, gerenciamento de estoque, planejamento logístico e mitigação de riscos. Os volumes crescentes de mercadorias em escala internacional levaram a uma situação em que o envolvimento de aprendizado de máquina e inteligência artificial no gerenciamento de processos é essencial.

• PASSAPORTE DIGITAL DE PRODUTO (DPP ou Digital Product Passport). Um DPP refere-se a um documento ou registro digital que fornece informações abrangentes sobre um produto específico durante todo o seu ciclo de vida. Ele serve como uma representação digital da identidade, características, atributos e história do produto. O objetivo de um DPP é permitir transparência, rastreabilidade e acesso a informações relevantes sobre o produto, promovendo sustentabilidade, responsabilidade e confiança do consumidor.

Links interessantes sobre o assunto:
o Passaporte Digital de Produto (DPP ou Digital Product Passport) da UE https://www.wbcsd.org/Pathways/Products-and-Materials/Resources/The-EU-Digital-Product- Passport
o Piloto do Fundo Digital de Energia e Minas
https://digital.gov.bc.ca/learning/case-studies/energy-mines-digital-trust-pilot/
o Implementação de passaportes de produtos digitais usando padrões de identidade descentralizados https://medium.com/spherity/implementing-digital-product-passports-using-decentralized-identity-standards-f1102c452020

• PEGADA DE CARBONO. Medir e monitorar a pegada de carbono é essencial para entender o impacto ambiental das atividades humanas e identificar áreas para estratégias de redução e mitigação de emissões. Ele permite que indivíduos, organizações e governos tomem decisões informadas, implementem práticas sustentáveis e tomem medidas para reduzir suas contribuições para as mudanças climáticas. O conceito de pegada de carbono está intimamente ligado aos esforços para combater o aquecimento global e a transição para um futuro sustentável e de baixo carbono.

Links interessantes sobre este tópico (use o tradutor do Chrome):
o A pegada de carbono ficará para a história, agora estamos contando os danos ambientais
https://www.hs.fi/talous/art-2000009569153.html

Se combinarmos as necessidades previamente definidas, podemos definir o seguinte modelo:

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Agora precisamos de um bom modelo de troca de dados que possamos usar em nível nacional e internacional. Para este fim, o modelo de troca de Credenciais Verificáveis (VC) é adequado na troca de dados entre empresa para empresa e empresa para governo (ou autoridade competente). Este modelo pode ser utilizado tanto a nível nacional como internacional, e para a verificação de vários documentos eletrônicos (carteiras de condução, seguros, autorizações especiais etc.).

O conceito de VC é baseado na abordagem de que os dados pertencem ao proprietário e o proprietário pode decidir quem tem acesso aos dados e por quanto tempo.

Possível troca de dados entre diferentes países no modelo básico de troca de dados VC:

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Ao construir um ecossistema global de ‘Registros de Dados Verificáveis’, podemos usar Blockchain, DLT ou qualquer tecnologia que possa trocar dados entre registros em diferentes países. Todo esse ecossistema é baseado em uma arquitetura de confiança zero (mantemos no ‘Registro de Dados Verificáveis’ apenas os campos de dados mínimos para validar qualquer documento eletrônico ou conjunto de dados). Vale ressaltar que o ‘Registro de Dados Verificáveis’ não compartilha informações pessoais.

Visão do ecossistema global de ‘Registros de dados verificáveis’:

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Como parte das ‘credenciais verificáveis’ compartilhadas, também há metadados, esses dados podem ser apresentados em conjunto com vários documentos e usados para análise (como pegada de carbono abaixo, passaporte de produto digital etc.) como o leitor pode ver na figura abaixo.

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Mensagens-chave

Como podemos ver, os avanços na tecnologia nos deram a oportunidade de projetar toda a troca de dados da cadeia de suprimentos envolvendo diferentes camadas no processo. Tudo isso possibilita a criação de ferramentas que podem ser utilizadas para vincular as pegadas de carbono, por exemplo, ao nível decisório da empresa.

Destaque especialmente os benefícios do uso da identidade digital, carteira digital e registro de dados verificáveis para o processo de digitalização da cadeia de suprimentos:

• Carteira Digital (Identidade) – uma ferramenta útil para gerenciar processos logísticos

• As pessoas aprendem a usar sua ‘Identidade Digital’ e ‘Carteira Digital’ no local de trabalho para realizar suas tarefas de trabalho (trabalhadores de armazém; motoristas; Autoridades Competentes etc.)

o Isso, por sua vez, acelerará o uso da mesma tecnologia em outras áreas de lazer

• O resto do mundo também precisa acompanhar rapidamente a tecnologia que está sendo selecionada e implantada, já que a logística é, acima de tudo, uma indústria global.

Obviamente, essa abordagem levanta várias questões adicionais, mas podemos dividir a questão em um ou outro grupo:

• Questões e Desafios Técnicos.

Devemos construir um ecossistema técnico que suporte diferentes modelos matemáticos relacionados a ‘Pegada de carbono’, ‘Passaporte de produto digital’, etc.

• Política e Oportunidades.

Escolha A. Arquivamos em acordo a nível político qual o modelo matemático que utilizamos no processo

Opção B. Usamos os mesmos campos de dados básicos, mas definimos os resultados por diferentes modelos matemáticos, pois um sistema técnico suporta tal abordagem.

Exemplo: a Europa usa os resultados do Modelo A, a China usa os resultados do Modelo B… com impostos.

Além disso, uma abordagem compartilhada não fornece hoje respostas para todas as questões técnicas. Muitas coisas precisam ser resolvidas passo a passo.

Se escolhermos qualquer tecnologia, então é importante dar preferência a soluções que sejam simples, seguras e o mais descentralizadas possível, que não destruam os ecossistemas técnicos existentes (nível de empresa ou organização, processos de certificação) e, claro, com o mínimo de política influência. É bom ver que muitos especialistas nacionais apoiam a abordagem técnica compartilhada para a digitalização da logística e das cadeias de suprimentos.

Agora é hora de os governos aprovarem essa abordagem!

Riho Vedler é especialista internacional em digitalização da cadeia de suprimentos da Ramena.ee e especialista independente em digitalização do European Commission Digital Transport and Logistics Forum (DTLF)

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