Andrew Manly
Embora a indústria de embalagens e os seus clientes ainda se concentrem principalmente na reciclagem, tem havido um maior interesse e investimento em sistemas de reutilização, muitos deles possibilitados pela tecnologia de embalagens inteligentes. No final do ano passado, a empresa de serviços de refeições por assinatura MealPal, sediada nos EUA, adicionou a opção de embalagens reutilizáveis para serviços de alimentação, ajudando os restaurantes da cidade de Nova York (NYC) a adotarem mais facilmente o sistema de reutilização. Códigos QR exclusivos rastreiam a jornada de cada pacote, e os dados servem como uma ferramenta de gerenciamento de estoque.
Embora apenas cerca de uma dúzia de empresas norte-americanas e canadianas oferecessem embalagens reutilizáveis – a maioria para produtos alimentares – outras mais de 200 startups entraram em funcionamento desde então; ainda é um número pequeno, mas esses modelos continuam ganhando força, de acordo com o relatório da Industry Intel.
Mas a reutilização não é simplesmente uma troca de embalagens. As empresas devem fazer grandes mudanças sistémicas para que estes modelos funcionem. O MealPal juntou-se ao movimento para catalisar embalagens reutilizáveis para serviços de alimentação e para ajudar os restaurantes no processo. Em Nova York, o MealPal teve um começo promissor. Os consumidores encomendaram mais de 20.000 refeições em embalagens reutilizáveis desde o lançamento em 19 de setembro. Esse número aumenta semanalmente, diz Mary Biggins, cofundadora e CEO da MealPal.
Um código QR exclusivo para cada embalagem rastreia sua jornada desde o momento da retirada da refeição, até o momento em que o recipiente é devolvido, até a chegada à instalação de lavagem. Os dados registram o número e a frequência das devoluções, servindo, em última análise, como uma ferramenta de gerenciamento de estoque.
A empresa acredita que a infraestrutura existente ajuda a simplificar o processo de devolução. Os clientes podem deixar recipientes usados em qualquer restaurante participante – não importa em qual deles retiraram o pedido. “Tem que ser fácil para os clientes retornarem sem adicionar atrito ao processo. Como eles vão frequentemente aos restaurantes, é fácil que a prática se torne parte do comportamento dos consumidores”, diz Biggins.
Atualmente apenas os assinantes do MealPal podem optar pelos reutilizáveis e apenas por meio de um seleto número de restaurantes da rede, mas esperam levar o modelo ainda mais longe. “Podemos ajudar a impulsionar as pessoas em direção a embalagens reutilizáveis dentro do ecossistema MealPal e potencialmente além. Se algum dia os restaurantes com os quais trabalhamos quiserem oferecer embalagens reutilizáveis aos clientes que não são assinantes do MealPal, a infraestrutura já existirá”, afirma Biggins.
A empresa realizou uma pesquisa beta para descobrir se os clientes encomendariam embalagens reutilizáveis e se realmente devolveriam as embalagens. Muitos esquemas de reutilização falharam porque um número insuficiente de consumidores aderiu ao sistema e devolveu os recipientes usados. Até agora, mais de 50% das refeições são enviadas em recipientes reutilizáveis, com uma taxa de devolução de 95% no prazo de uma semana.
Com cinco usos, as emissões de CO² de um contêiner caem abaixo das de uma alternativa compostável ou convencional de uso único, de acordo com o “Reuse Wins Report” consultado por Biggins. Os pacotes valem até 1.000, segundo o fabricante. O MealPal cuida da coleta e limpeza.
Um dos restaurantes participantes, Just Salad, elogia muito: “Nossa parceria com o MealPal nos permite expandir a oferta de embalagens reutilizáveis para mais um canal de vendas. Conseguimos integrar facilmente o programa MealPal em nossas operações. Além disso, o gerenciamento eficiente do estoque de embalagens simplifica a implementação”, afirma Alex Harden, líder de sustentabilidade da Just Salad.
Andrew Manly é o Diretor de Comunicação da AIPIA (Active and Intelligent Packaging Industry Association)