GS1 Brasil oferece consultoria em ESG, via Korde

Environmental Social Governance (ESG) ocupa posição de prioridade entre as preocupações com sustentabilidade que as empresas têm endereçado atualmente

Edson Perin

Diante das necessidades crescentes de empresas de diversos setores, a GS1 Brasil, por meio da sua unidade de negócios Korde, passa a oferecer consultoria especializada para apoiar empresas na gestão de Environmental Social Governance (ESG). De acordo com Carina Lins, especialista em Sustentabilidade da GS1 Brasil, parte significativa da agenda ESG está relacionada à transparência e divulgação de dados e resultados sobre as práticas relacionadas a governança, sustentabilidade, responsabilidade social e impacto dos produtos e serviços na sociedade, o que geralmente acontece por meio da divulgação dos relatórios de sustentabilidade.

“Apesar de comunicar seus resultados, sabemos que o greenwashing [termo em inglês que pode ser traduzido como “lavagem verde”, praticada por empresas, indústrias públicas ou privadas, organizações não governamentais e até governos, para promover discursos, ações e propagandas sobre sustentabilidade que não funcionam na prática] está sendo cada vez mais criticado, portanto, não haverá mais espaço no futuro próximo para empresas que estejam desalinhadas entre discurso e prática”, explica Carina. “E parte dos dados sensíveis e críticos para o ESG passa pela captura e compartilhamento de dados em campo”.

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Carina Lins

Ela citou como exemplo a geração de resíduos e efluentes, emissões de GEE (gases de efeito estufa), consumo de água entre outros registros operacionais, assim como a rastreabilidade dos processos internos e da cadeia de valor das empresas. “E é justamente neste ponto sensível que a consultoria pode apoiar, na otimização e confiabilidade na coleta e compartilhamento de dados por meio da automação e da rastreabilidade baseada em padrões globais como o GS1 GTC – Global Traceability Compliance”, aponta a executiva.

As empresas interessadas podem entrar em contato com a GS1 Brasil e dizer que gostariam de informações sobre a consultoria em ESG ou se preferirem podem mandar um e-mail para [email protected]. Por meio da consultoria, realiza-se um diagnóstico inicial para levantar as práticas e iniciativas ESG que a empresa interessada já possui para identificar e explorar oportunidades.

Marcelo Oliveira Sá, da GS1, explica que a consultoria atua no mapeamento dos processos operacionais de produção, logística interna e atendimento ao cliente. “O foco engloba práticas de sustentabilidade e circularidade – o que existe e o que pode ser melhorado; oportunidade de automatização dos processos produtivos para gestão dos resíduos, como controle e rastreabilidade de cada resíduo que está sendo gerado; e busca por oportunidade de aprimorar a rastreabilidade e circularidade dos produtos e serviços ao cliente, com identificação inequívoca e persistente e padrões para a rastreabilidade”.

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Marcelo Oliveira Sá

Quaisquer empresas de quaisquer setores podem ser atendidas e não há restrições por ramo de atuação. “Primeiramente é necessário avaliar a demanda do cliente, definir um escopo de trabalho e o esforço de hora/homem, para que os valores do trabalho sejam definidos”.

KPMG Survey of Sustainability Reporting 2022

As empresas do setor de Tecnologia, Mídia e Telecomunicações (TMT) apresentaram um crescimento notável na elaboração de relatórios considerando a agenda ESG, contemplando metas de redução de carbono nos últimos anos, avançando de 61% em 2017 para 81% em 2022, e ocupando agora a terceira posição entre vários setores.

O setor de TMT há muito tempo é socialmente consciente sobre a gestão ambiental e está alavancando recursos e visibilidade para inovar e influenciar nessa área. Outro dado é que a adoção de recomendações da Força-Tarefa de Divulgações Financeiras Relacionadas ao Clima (TCFD) por empresas de TMT saltou de 20% em 2020 para 45% em 2022, ultrapassando outros setores importantes.

Essas são algumas das conclusões da 12ª edição do estudo “KPMG Survey of Sustainability Reporting 2022”, que analisou relatórios e websites financeiros, de sustentabilidade e de ESG das 100 maiores empresas de 58 países, territórios e jurisdições, totalizando 5.800 empresas. As organizações de TMT representam 10% da amostra total, ou seja, 580 empresas.

Márcio Kanamaru, sócio-líder de Tecnologia, Mídia e Telecomunicações da KPMG no Brasil e na América do Sul, diz que o estudo evidencia o progresso das empresas do setor e as principais estratégias que podem implementar na elaboração de relatórios de sustentabilidade.

“Entre elas, merece destaque avaliar o impacto das mudanças climáticas nas divulgações das demonstrações financeiras e alinhar o relatório de sustentabilidade e de ESG com os principais formatos de relatórios obrigatórios e facultativos. Além disso, as estratégias envolvem conhecer expectativas dos stakeholders e criar relatórios de ESG com base em avaliações de materialidade e benchmarking”, afirma.

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Crédito Foto

A TMT lidera o ranking entre os demais setores nos relatórios de asseguração, progredindo nas últimas três edições do estudo, com uma taxa de asseguração de 64%, muito acima da média da amostra completa. Quase metade (49%) da amostra global total obteve asseguração independente de terceiros em 2020, mas, em 2022, essa taxa caiu para 47%.

A asseguração externa independente de relatórios de sustentabilidade aumenta a credibilidade das informações e estimula a confiança com os stakeholders. A iniciativa, que geralmente tem início com uma asseguração limitada, após amadurecimento dos mercados e requisitos regulatórios, evolui para uma asseguração mais adequada.

Nelmara Arbex, sócia-líder de ESG Advisory da KPMG no Brasil, afirma que “estamos entrando em um período no qual a transparência e a qualidade de informação sobre os aspectos ambientais, sociais e éticos dos negócios tem cada vez mais valor para todos os públicos que se relacionam com as empresas. Isso não é diferente neste setor. Os relatórios de sustentabilidade (ou de ESG), alinhados com normas internacionais, são um excelente instrumento para demonstrar este compromisso. No final, a forma de entendimento e gestão dos aspectos ESG servem para avaliar também a qualidade da liderança da empresa”.

Por exemplo, considerando todos os setores, 40% em média da amostra total divulga informações sobre a perda de biodiversidade ou de recursos naturais como um risco ao negócio. Em TMT somente 30% dessas empresas mencionam riscos relacionados à perda de biodiversidade, número significativamente abaixo da média, evidenciando também possíveis oportunidades para as empresas do setor.

Há uma relativamente nova norma internacional para isso — a da Força-Tarefa de Divulgações Financeiras relacionadas à Natureza (TNFD). Preparar relatórios utilizando ela é muito relevante em tempo de extrema perda de biodiversidade e uma nova tendência.

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