Via Marte usa padrão GS1 em e-commerce pioneiro via Correios

A companhia está utilizando o padrão GS1 desde 2003, o que facilitou o ingresso no sistema RFID da Universal Postal Union (UPU), para o qual os Correios são o laboratório do mundo

Edson Perin

A fabricante Via Marte Calçados ampliou o uso que já vinha fazendo dos padrões globais da GS1 para inserir etiquetas com a tecnologia de identificação por radiofrequência (RFID) em seus produtos e, assim, adequar o e-commerce da loja de fábrica aos serviços da nova plataforma de logística dos Correios, que estão servindo de laboratório internacional de RFID para a Universal Postal Union (UPU). O piloto da indústria calçadista, com sede em Nova Hartz (RS), permite identificar grandes quantidades de produtos em menos tempo do que os códigos de barras, eliminando erros nas entregas.

“Foi muito fácil adicionar as etiquetas de RFID aos nossos produtos, já que tínhamos adotado o padrão SGTIN [Serialised Global Trade Item Number], da GS1, já em 2016”, diz Ivair Kautzmann, executivo de Tecnologia da Informação (TI) da Via Marte, explicando que, sem os padrões, a tecnologia dificilmente seria utilizada com os altos níveis de eficiência que a sua empresa conseguiu. “Até o portão das nossas fábricas, contamos com processos firmes envolvendo a certificação do picking e a montagem do romaneio de despacho entregue ao operador logístico. Mas, até a mercadoria chegar ao destino, continuamos com problemas, em especial o da troca de volumes pelo transportador”.

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Modelo do site da Via Marte, com calçado fabricado pela empresa

A excelência logística, diz o executivo da Via Marte, que produz cinco milhões de pares de calçados por ano, passa efetivamente pela rastreabilidade total e pela interoperabilidade de todas as etapas. “Resolvemos testar a RFID padrão GS1 como verificação adicional de tudo que sai do e-commerce da Via Marte para que chegue ao destino sem qualquer erro”. Assim, o projeto-piloto com os Correios estimulou a implantação da tecnologia RFID nos volumes despachados para todos os operadores logísticos. “O padrão global de identificação é a chave para o sucesso, pois os dados podem fluir sem erros”.

Na parceria com os Correios, a GS1 oferece a identificação dos objetos postados com dois padrões: o SGTIN (Número Global de Item Comercial Serializado) e o SSCC (Código de Série de Unidade Logística). A identificação é feita por meio de tags RFID com leitura automática, o que permite identificar, rastrear e gerenciar os itens de modo individual ou em lotes, diminuindo os erros da leitura manual das cargas por códigos de barras.

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Clique aqui para assistir à entrevista na íntegra

“As antenas de leitura das tags RFID, localizadas na porta de saída do armazém de mercadorias, garantem que 100% do que foi gerado nos pedidos está sendo encaminhado de forma correta”, afirma Kautzmann, ao destacar que se algum objeto estiver sendo despachada por engano, o sistema avisará sobre o erro. “Se despachamos 50 objetos com códigos de rastreio informados na PLP, esses 50 objetos são aqueles que devem entrar no veículo dos Correios. Nenhum item a mais ou a menos, nem mesmo mercadorias que são despachados por outro operador logístico da Via Marte, passam pela porta”.

Ricardo Verza Amaral Melo, executivo da GS1 Brasil, diz que o tráfego de informações com a exatidão da RFID garante não só agilidade e economia de ponta a ponta, mas também segurança para o consumidor final. “A qualidade dos dados contribui ainda com a gestão para se evitar perdas e aumentar a produtividade”, destaca Melo.

Além das vantagens nos processos, a Via Marte também tem reduzido os custos com o uso da RFID para encomendas despachadas pelos Correios, que oferece um estímulo financeiro para quem adotar a RFID, com descontos nas tarifas. “Fizemos essa conta e a oportunidade se torna interessante do ponto de vista de redução de custos”, afirma Kautzmann. Segundo ele, a economia gerada pelo novo serviço dos Correios cobre o custo que a Via Marte tem com a compra das etiquetas RFID.

A implantação de todo o projeto-piloto, diz o executivo, não apresentou qualquer complexidade, uma vez que a empresa tem todo um histórico no uso de identificação serializada. “Somos afiliados desde 1997 à GS1 Brasil e já estamos familiarizados com os padrões. Para quem está iniciando, a GS1 dispõe de manual técnico explicativo muito fácil que torna tranquila a implementação da RFID”, declara Kautzmann, lembrando que os Correios também prepararam um hotsite específico sobre o sistema de encomendas por RFID.

Clique aqui e assista às entrevistas na íntegra.

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