Edson Perin
A Zebra Technologies desenvolveu um modelo que ajuda empresas a avaliarem o nível de maturidade tecnológica de seus armazéns, classificando-os em cinco estágios de implantação tecnológica. A metodologia ajuda a nortear o planejamento de próximas ações a serem colocadas em prática para levar a operação corporativa a um nível mais elevado de automação e eficiência.
“É possível que uma empresa esteja, simultaneamente, em mais de um estágio de adoção tecnológica, tendo adotado algumas das soluções mais avançadas e mantendo alguns processos ainda manuais, por exemplo”, explica o presidente da Zebra no Brasil, Vanderlei Ferreira, que conversou com exclusividade com o IoP Journal TV. Para ele, cada tipo de negócio tem a sua própria necessidade tecnológica e a melhor maneira de escolher as soluções apropriadas é por meio de uma assessoria especializada.
Confira como o “Modelo de Maturidade do Depósito” classifica cada etapa de maturidade tecnológica, segundo metodologia criada pela Zebra Technologies:
Estágio 0
Se a força de trabalho ainda usa papel e caneta para atividades como contagem de estoque e registro de pedidos, significa que a empresa ainda não começou sua jornada rumo a uma operação mais tecnológica. É bem possível que os tomadores de decisão ainda tenham dúvidas quanto à necessidade de um investimento em automação. Porém, este tipo de operação gera fluxos de trabalho desconectados, discrepâncias nas informações compartilhadas entre os colaboradores, pontos cegos no estoque e até erros de pedido. Tais obstáculos promovem custos que poderiam ser reduzidos com a adoção de tecnologia. Empresas que desejam aumentar suas vendas e a satisfação dos clientes, devem sair dessa etapa o mais rápido possível.
Estágio I
A maioria das empresas brasileiras e do resto da América Latina se encontra nesta fase. Elas já iniciaram o caminho rumo à modernização dos seus depósitos e adquiriram tecnologia adequada para melhorar a produtividade individual dos seus trabalhadores. Mercadorias, prateleiras e pedidos são identificados com códigos de barras, gerando informações acessíveis em tempo real que levam a uma maior rastreabilidade das operações. Nesta etapa, as empresas utilizam impressoras térmicas de código de barras fixas ou móveis, leitores de códigos e computadores móveis robustos.
Estágio II
Nessa fase, os operadores são equipados com soluções vestíveis e acessórios que maximizam a capacidade da tecnologia adquirida do Estágio I, aumentando a velocidade das operações. As empresas que se encontram neste degrau se preocupam não só em otimizar a produtividade individual e a eficiência de cada colaborador, mas das equipes de trabalho como um todo. Para isso, unificam a comunicação dos times para otimizar fluxos, eliminando possíveis lacunas entre diferentes áreas. Isso é possível por meio de ferramentas que permitem comunicações push-to-talk por meio dos computadores robustos, tornando os dispositivos uma espécie de walkie talkie e melhorando a comunicação.
Estágio III
Esta etapa aposta na tecnologia para eliminar completamente qualquer brecha que possa haver na visibilidade da operação. Ao identificar ativos com etiquetas RFID e utilizar dispositivos para ler os códigos, as empresas atingem uma eficiência sem precedentes, reduzindo a necessidade de tempo e recursos empregados. Isso é possível porque esse tipo de solução captura dados em massa. Nesta fase, também existem empresas que utilizam tecnologias de proximidade baseadas em beacons, que alertam quando há dois trabalhadores muito próximos, funcionalidade vital em tempos de pandemia de distanciamento social.
Estágio IV
Esta fase engloba as empresas que estão aprimorando sua experiência com RFID. Graças à implementação de antenas de identificação por radiofrequência em diferentes pontos dos depósitos, elas conseguem expandir suas capacidades de rastreabilidade de processos e de controle. É nesse estágio que as empresas aproveitam ao máximo as informações captadas em tempo real, por meio de plataformas de análise de dados que indicam as próximas etapas de um processo por meio da inteligência artificial. Além disso, o acesso aos dados possibilita que a alta gestão tome decisões baseadas em fatos. Tudo isso é viabilizado pela tecnologia de Predictive Analytics, com o qual as empresas podem antecipar cenários com base em padrões históricos de comportamento.
Estágio V
Embora esse seja o estágio mais avançado do modelo de maturidade de depósito, não significa que ele seja exclusivo para grandes empresas. Nesta etapa, as empresas têm todo o seu armazém digitalizado e automatizado. Além disso, por meio do uso de regras e algoritmos de machine learning, são capazes de detectar padrões de eficiência e anomalias na operação, prescrevendo ações corretivas e otimizando resultados. Além de machine learning, outras tendências como Inteligência Artificial (IA) e Realidade Aumentada (AR) também são protagonistas.
“Embora pareçam estar nos bastidores e não sejam muito visíveis aos consumidores, os depósitos e armazéns são, sem dúvida, o coração de qualquer empresa e o motor que as permite entregar bons serviços aos clientes. São nestes lugares onde se realizam atividades fundamentais, como a entrada de mercadorias, a gestão de inventário, a seleção de produtos que fazem parte de pedidos, a preparação e o despacho de pacotes”, explica Ferreira. “Assim, empresas que querem crescer devem priorizar a otimização desta área por meio da tecnologia e o primeiro passo para que isso aconteça é ter claro o que já foi feito e quais são os próximos passos”, completa.
Evento Zebra EXP Retail 2.1
Vanderlei Ferreira, presidente da subsidiária brasileira da Zebra, fez ainda um convite para o evento que será realizado na próxima quinta-feira, dia 4 de março de 2021, às 10h, o EXP Retail 2.1 (clique para inscrever-se). O evento online oferecerá algumas das novidades e conteúdo que a Zebra levaria para o Big Show da NRF (National Retail Federation), o maior evento mundial de varejo, realizado todos os anos em Nova York, e que foi cancelado devido à pandemia de Covid-19.