Evento Sustentabilidade Talks aborda Economia Circular

Com objetivo de disseminar conhecimentos sobre o tema, a GS1 Brasil realizará o evento online e gratuito no dia 3 de agosto, das 9h às 11h

IoP Journal, com dados GS1 Notícias

O planeta terra terá até 2025 um aumento de 50% na produção de plásticos, de acordo com relatório produzido pela Fundação Heinrich Böll. O estudo, batizado de Atlas do Plástico, leva em consideração o emprego do insumo em itens diversos, de embalagens e garrafas às recém-popularizadas máscaras descartáveis. Levando em consideração os atuais níveis de produção do material, o incremento esperado representa um grande desafio global. Se nenhuma mudança acontecer, mais de 104 milhões de toneladas de plástico poluirão os ecossistemas até 2030, segundo aponta o estudo do World Wide Fund for Nature (WWF).

Virginia Vaamonde, CEO da Associação Brasileira de Automação – GS1 Brasil, acredita que uma resposta para se evitar estes problemas está na adoção de práticas de Economia Circular, tema a ser discutido no próximo Sustentabilidade Talks, evento online e gratuito, que será realizado pela GS1 no dia 3 de agosto, terça-feira, das 9h às 11h. Clique aqui e inscreva-se.

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Virginia Vaamonde, CEO da GS1 Brasil

A executiva concorda que o conceito de Economia Circular já está provocando transformações no Brasil e no Mundo. “As boas práticas de ESG (Environmental, Social and Governance) são um tema de enorme repercussão nesse momento, em que vivemos uma mudança estrutural de comportamento”, afirma. “As mudanças abrangem ecossistemas, priorizam pessoas, diminuem o impacto ambiental sem perder a viabilidade econômica. Tanto do ponto de vista pessoal como corporativo, todos devem estar atentos e acompanhar a transformação”.

Para ela, transformar o mundo por meio da inovação, tecnologia e automação, impactando positivamente pessoas e a natureza, integra uma causa fundamental. “A sociedade, a começar pelos consumidores, está mais exigente sobre os produtos e serviços”, atesta. “Assim, entendo que usar a tecnologia a favor da conservação do planeta, a exemplo da Amazônia, e em seus vários âmbitos, é missão de todos nós”. E acrescenta: “o chamado é para todos, associações setoriais ou multissetoriais, para empresas privadas e para a sociedade civil. Uma das ferramentas que pode auxiliar as empresas é a rastreabilidade, que beneficia toda cadeia produtiva de forma sustentável”.

O Brasil, segundo dados do Banco Mundial, é o quarto maior produtor de lixo plástico no mundo, com 11,3 milhões de toneladas, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, China e Índia. Deste total, mais de 10,3 milhões de toneladas foram coletadas (91%), mas apenas 145 mil toneladas (1,28%) são efetivamente recicladas, ou seja, reprocessadas na cadeia de produção como produto secundário. Esse é um dos menores índices da pesquisa e bem abaixo da média global de reciclagem plástica, que é de 9%.

Das 79 milhões de toneladas de resíduos sólidos produzidas por ano, 17% são de plástico. Em 2020, segundo dados da Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública (Abrelpe), o volume de plástico descartado no Brasil aumentou: foram 13,3 milhões de toneladas – 15% a mais que no ano anterior. Quando se fala em embalagens plásticas de defensivos agrícolas o cenário há alguns anos era ainda mais desafiador. Com a expansão da fronteira agrícola e a modernização do cultivo, cresceu também a utilização de insumos, como defensivos agrícolas.

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imagem: InpEV

Sem a gestão dos resíduos daí resultantes, certamente haveria impacto ambiental. Quando as embalagens são abandonadas no ambiente, ou descartadas inadequadamente, podem contaminar o solo, as águas superficiais e os lençóis freáticos. Há ainda o problema da reutilização sem critério das embalagens, que coloca em risco a saúde de animais e das pessoas. Essa era a realidade antes da sistematização do programa de logística reversa desses materiais.

Segundo uma pesquisa realizada pela Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef), em 1999, 50% das embalagens vazias de defensivos agrícolas no Brasil naquela época eram doadas ou vendidas sem qualquer controle; 25% tinham como destino a queima a céu aberto; 10% ficavam armazenadas ao relento e 15% eram simplesmente abandonadas no campo. Desde o início da operação, em 2002, o Sistema Campo Limpo alterou complementarmente este cenário e passou a assegurar a destinação ambientalmente correta das embalagens plásticas de defensivos agrícolas. Neste Sistema, o Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inpEV), uma organização sem fins lucrativos, atua como gestora, sendo responsável por garantir a eficiência dos processos, pesquisas, concretização e educação ambiental.

O Sistema Campo Limpo é regulamentado pela Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) de nº 12.305/10 e na Lei federal nº 9.974/00, onde há a responsabilidade do descarte de embalagens de agrotóxicos de todos que fazem parte da cadeia de produção e utilização. Atualmente, no Sistema Campo Limpo, 94% das embalagens vazias e sobras pós-consumo de defensivos agrícolas, comercializadas no País, são encaminhadas para destino ambientalmente correto (reciclagem ou incineração).

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João Cesar M. Rando, InpEV

A organização sem fins lucrativos também já destinou corretamente mais de 600 mil toneladas de embalagens, desde que começou a operar em 2002. O Sistema abrange todos os 26 estados brasileiros e o distrito federal. Em todo o trabalho, agricultores, indústria fabricante, canais de distribuição e poder público têm papéis e responsabilidades específicas e compartilhadas no fluxo de funcionamento do programa.

A indústria fabrica e registra os defensivos agrícolas, que são comercializados por revendas ou cooperativas; os agricultores devolvem as embalagens vazias ou sobras pós-consumo nas centrais e postos de recebimento ou nos eventos de recebimento itinerante; o inpEV, responsável pela logística reversa das embalagens, realiza a sua destinação ambientalmente correta por meio da parceria com empresas recicladoras e incineradoras.

A ideia do projeto de automação do processo de rastreabilidade surgiu em outubro de 2019, durante conversas do InpEV com a GS1 Brasil, a fim de melhorar a gestão tecnológica do sistema por meio dos padrões GS1, inicialmente em 2 unidades de reciclagem da entidade e com o intuito posterior de escalar a solução para todo o Sistema Campo Limpo.

O objetivo firmado entre as organizações é aumentar a eficiência já comprovada do Sistema Campo Limpo e ampliar os resultados positivos para a sociedade, com a solução dos seguintes desafios: definir a estrutura e as responsabilidades no processo de rastreabilidade, que é identificar a localização das embalagens vazias e sobras pós-consumo de defensivos agrícolas dentro fluxo do Sistema Campo Limpo nas centrais e postos de recebimento e recicladoras – monitorar o sistema de rastreabilidade; avaliar os potenciais de ganhos de produtividade; aprimorar os processos de controle no inventário; eliminar erros manuais.

“Um dos temas estratégicos que atuamos na nossa vertical de sustentabilidade é a Economia Circular. A aplicação dos padrões globais GS1, da automação e de um processo eficiente de rastreabilidade, trazem ganhos extremamente relevantes para atender aos enormes desafios logísticos em toda a complexa cadeia de valor de qualquer iniciativa de economia circula”, destaca a CEO da GS1 Brasil, Virginia Villaescusa Vaamonde.

Segundo ela, este projeto com o inpEV é o um grande exemplo de inovação, no aspecto ambiental e em termos globais para a GS1. “Nele, identificamos e rastreamos, de forma automatizada, embalagens vazias e sobras pós-consumo de defensivos agrícolas”, afirma. “Promover a economia circular e a logística reversa é um dever de todos nós, ou seja, organizações sem fins lucrativos, empresas, poder público e sociedade, engajados em proteger e melhorar a vida de todos”, finaliza a CEO da GS1 Brasil.

João Cesar M. Rando, diretor-presidente do inpEV, diz que, com a expertise da GS1 em rastreabilidade e automação, foi atingido o estado da arte neste projeto, servindo como exemplo das melhores práticas de manejo e destino das embalagens de defensivos agrícolas, protegendo o meio ambiente e as pessoas, em linha com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Para o executivo, além disso, há a pretensão que essa tecnologia possa ser replicada em outros segmentos do mercado, o que reforça o potencial de escalabilidade global desta iniciativa”.

  • Marcos Penido – Secretário de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo;
  • José Valverde – Coordenador do Desenvolvimento dos Agronegócios do Estado de São Paulo;
  • Felipe Cury – CEO, Triciclo Soluções Sustentáveis;
  • José Roxo – CEO, Brasil Health Services;
  • Guilherme Brammer – CEO, Boomera;
  • Mario Fujji – Gerente de Logística, inpEV.

Sobre o Sustentabilidade Talks

No dia 3 de agosto, terça-feira, das 9h às 11h, haverá apresentações e curadorias de executivos das esferas pública e privada. Estão confirmados executivos como:

A Economia Circular é um conceito que tem ganhado cada vez mais destaque no mercado graças a sua estratégia baseada na inteligência da natureza e que se opõe ao processo produtivo da Economia Linear, onde os resíduos são insumos para a produção de novos produtos. Assim, no âmbito campo privado, entre os temas previstos está a chamada Economia Circular 4.0, que visa a mostrar como a tecnologia tem impulsionado a circularidade dos negócios. Já no âmbito público, serão discutidas a atuação do governo do Estado de São Paulo em Economia Circular e as Políticas Públicas de Resíduos Sólidos. Além disso, para inspirar ainda mais os presentes, serão apresentados diversos cases de empresas de diferentes segmentos do mercado.

“Promover a Economia Circular é um dever de todos nós, ou seja, organizações sem fins lucrativos, empresas, poder público e sociedade, engajados em proteger e melhorar a vida de todos. Desta forma, o Sustentabilidade Talks será uma importante forma de ampliarmos este debate, já que é um tema crucial para aumentarmos o conhecimento de todas as partes interessadas envolvidas para que adotem e promovam a circularidade na nossa economia”, atesta a CEO da GS1 Brasil, Virginia Vaamonde.

Além de Virginia, a GS1 Brasil estará representada pela Diretora Setorial de Sustentabilidade, Maria Eugenia Saldanha, em um evento que reunirá executivos do setor privado, entidades setoriais, órgãos governamentais, academia e representantes da sociedade civil.

Sustentabilidade Talks | Economia Circular
Data: 03/08/21- terça-feira
Horário: das 9h às 11h
Clique aqui e inscreva-se
Mais informações: [email protected]

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