Vale usa realidade aumentada em treinamentos

O recurso tecnológico está sendo empregado para tornar o aprendizado mais eficiente e os treinamentos mais seguros

Edson Perin

A mineradora brasileira Vale, líder mundial na produção de minério de ferro e a segunda maior produtora mundial de níquel, está inovando mais uma vez no uso de tecnologias para o incremento de suas atividades. Após realizar com êxito a implantação de identificação por radiofrequência (RFID) em diversas áreas de trabalho – projeto que começou na gerência de Manutenção de Equipamentos de Terraplanagem (GATPS), da mina de Conceição, em Itabira (MG) – a companhia agora emprega realidade aumentada (AR, do inglês, augmented reality) para treinar as suas equipes de técnicos.

Sob os cuidados de Carlos Teixeira, analista sênior da Vale, em Itabira, também responsável por diversos projetos com RFID na companhia, a Vale deu início a sua jornada em AR. “Mais inovação para as instruções de trabalho foi uma de nossas metas”, diz Teixeira. “Criamos materiais impressos com fotos que se transformam em vídeos explicativos sobre as tarefas”. O experimento desenvolvido pela área de Tecnologia da Informação da Vale está sendo empregado nos setores de oficinas e engenharias.

Visão 3D de peças é uma das vantagens do uso de realidade aumentada (AR)
pela Vale em seus treinamentos a colaboradores

Segundo Teixeira, os impressos que se transformam em protótipos virtuais de equipamentos facilitam os treinamentos e trazem inovando às instruções de trabalho. “As instruções dinâmicas, que transformam ilustrações impressas em vídeos explicativos, reforçam o conhecimento técnico e aumentam a segurança de nossos colegas e operações”, explica.

A realidade aumentada (AR) pressupõe a integração de elementos ou informações virtuais a visualizações do mundo real através de uma câmera, que pode ser de um smartphone, tablet ou PC, com o uso de sensores de movimento como giroscópio e acelerômetro. O uso da realidade aumentada se tornou bastante popular como forma de entretenimento, incluindo filtros para fotos em aplicativos móveis de redes sociais e games como o PokemonGo.

Atualmente a realidade aumentada tem sido utilizada de muitas formas tais como no ensino, design de produtos, ações de marketing ou em treinamentos industriais, como o da Vale. O uso de vídeos transmitidos ao vivo digitalmente processados pela adição de gráficos criados pelo computador também pode ser considerado um tipo de realidade aumentada. Um usuário da AR pode utilizar óculos translúcidos ou câmeras acopladas a um dispositivo computacional, e através destes, poderá ver o mundo real bem como imagens geradas por computador projetadas no mundo.

Apostila impressa exibe vídeos em treinamentos técnicos da Vale
para operações que serão realizadas por seus colaboradores

A AR é uma experiência interativa de um mundo real, onde objetos que residem no mundo real são acentuados por informação perceptiva criada por computadores, incluindo visual, auditiva e até olfativa. Pode ser construtiva (que se agrega ao ambiente natural) ou destrutiva (que mascara o ambiente natural). A realidade aumentada altera o mundo real do usuário, enquanto a realidade virtual substitui completamente o mundo real do expectador. A realidade aumentada se relaciona a dois termos muito usados, realidade mista e realidade mediada por computadores.

O valor da realidade aumentada está em trazer componentes do mundo digital para dentro da percepção da pessoa no mundo real, e não o faz apenas dispondo visualmente as informações, mas sim por integração de sensações imersivas que são percebidas como partes naturais de um ambiente.

A realidade aumentada tem também muito potencial para colher e compartilhar conhecimento tátil. Técnicas de aumentar a realidade são tipicamente utilizadas em tempo real, utilizando elementos do ambiente. A informação perceptiva é muitas vezes combinada com informações complementares, como placares em esportes. Isso combina as qualidades de realidade aumentada e heads-up display.

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Folheto de treinamento da Vale, com realidade aumentada (AR)

RFID na Vale

A ferramenta de RFID, desenvolvida internamente, foi inicialmente utilizada para gerenciar um estoque de aproximadamente 6.000 volumes de materiais, com total precisão em seus inventários. Assim, o projeto piloto de RFID cumpriu o seu objetivo inicial de controlar o consumo de materiais, tornando os dados disponíveis para as equipes de planejamento.

“Os dados são oferecidos por uma interface simples e intuitiva”, explica Teixeira. “Todos os softwares relacionados ao piloto foram desenvolvidos pela nossa equipe. Também realizamos a função de integração, não existindo, portanto, nenhuma empresa contratada durante este processo”, afirma Teixeira, que adotou leitores da Honeywell e tags da CCRR.

]Ainda durante o piloto, Teixeira afirma que a velocidade e precisão dos inventários impressionou a equipe. “Durante os dois últimos, realizamos várias checagens e inventários. Ficamos muito animados com a velocidade e precisão dos inventários, já que mais de 260 metros quadrados com materiais foram inventariados em menos de 20 minutos”, comemora. “É importante ressaltar que os inventários manuais – feitos anteriormente duraram vários dias – registravam uma taxa de erro representativa”.

Os bons resultados do piloto animaram a equipe de Teixeira a seguir adiante. “Porém, antes da adoção definitiva da tecnologia de RFID, houve o consenso de que precisaríamos ampliar os materiais cobertos pelo piloto. Passamos então a planejar isto até o dia 28 de fevereiro”, lembra Teixeira. “Ao final da ampliação, mais de 1.300 volumes de materiais estavam sendo gerenciados pelo nosso sistema de RFID. Aproveitamos a oportunidade para promover o consumo destes materiais, disponibilizando dados de inventário para a equipe de PCM (Planejamento e Controle da Manutenção), responsável por planejar a manutenções das áreas”.

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