Uma reflexão sobre Smart Packaging

Tecnologias como RFID, NFC, Impressão Digital, QR Codes, entre outras estão fazendo as embalagens cada vez mais inteligentes ou smart.

Por Edson Perin

Desde que foi lançado no início dos anos 2000, o RFID Journal aborda assuntos relacionados ao desenvolvimento e uso de tecnologias de identificação por radiofrequência (RFID) nos negócios. O mesmo acontece com o RFID Journal Brasil, desde 2011. Porém, há muito sendo feito para além dessa fronteira, com outras tecnologias – complementares ou não à RFID – e que impactam negócios com tanta intensidade quanto a RFID e suas variantes vêm fazendo ano após ano, e com tags que vão muito além das passivas de UHF.

Os negócios são o motor das transformações. Veja, por exemplo, que o setor de embalagens descobriu que, além dos benefícios de rastreabilidade e inventários, os produtos que carregam consigo etiquetas inteligentes – ou outros recursos que permitem a leitura de dados adicionais ou ativação de aplicativos – podem gerar serviços que se assemelham aos de mídias inteligentes. Imagine, então, um rótulo de vinho que pode ser lido em vários idiomas, exibindo sempre os textos na língua nativa de seu consumidor.

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E não é ficção científica, não! As embalagens realmente estão se adaptando radicalmente às necessidades de seu comprador, seja por meio de informações trazidas no formato e desejo de cada um de seus clientes, ou graças à inovação em experiências ao consumidor. Esta garrafa de vinho com este rótulo já existe! Fruto da criação de uma empresa australiana chamada Third Aurora. Imagine, então, o que uma garrafa de bebida pode ensinar ao consumidor sobre como criar um drink com outros ingredientes – patrocinadores ou não -, de um modo fácil e divertido.

Assim, motivado por essas criações fantásticas, fico imaginando os limites que estas evoluções da tecnologia podem trazer para os negócios, e acabo inventando coisas que certamente, daqui a pouco, estarão nas prateleiras dos supermercados, à nossa disposição. Os limites são os da nossa imaginação.

Uma dessas ideias… Que legal seria se, quando a gente chegasse a uma loja de varejo física, um funcionário nos trouxesse óculos especiais para ver como as roupas podem ser combinadas entre si, usando o nosso próprio avatar pessoal como modelo. Você, leitor ou leitora, pegaria um par de calças e uma camiseta, as colocaria em frente ao corpo e, ao olhar para o espelho, automaticamente se veria vestido ou vestida com as peças escolhidas. Uau, como num passe de mágica!

hp smart pack
Link Technology, da HP

Talvez este mesmo “espelho mágico” pudesse dizer qual o tamanho ideal de camiseta e calça para obter o mesmo resultado do mostrado na imagem. Ou, talvez, sugerir ajustes que devam ser feitos às peças, para personalizá-las.

Os espelhos inteligentes têm sido estudados e testados na prática já há alguns anos, desde que a RFID tornou possível identificar produtos automaticamente, com custos baixos e sem nenhum input humano. Mas agora há realmente oportunidades concretas de utilização deste recurso tecnológico e com muito mais benefícios para o cliente.

O importante, portanto, não é a tecnologia por si só. E nem mesmo o negócio por si só. O que quero dizer é que além das possibilidades tecnológicas e do controle de estoque ou da autenticidade dos produtos, da rastreabilidade, dos ganhos de eficiência e da redução de custos, o que interessa é o consumidor, que – no final da cadeia – é quem decidirá pela mercadoria A ou pela B. Por isso, o consumidor é quem, em última análise, precisa ser impactado positivamente.

Assim, acredito que, se a tecnologia for utilizada para todas as fases dos produtos, da fabricação, venda à reciclagem, e com ganhos claros para o consumidor, inclusive em experiências agradáveis, então o investimento em cada bit de hardware e software terá valido a pena para os negócios.

Edson Perin é editor do RFID Journal Brasil e fundador da Netpress Editora.

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