Fábrica de papel otimiza manufatura e controle de estoque

Com a implantação de um sistema RFID da iTAG, a companhia conseguiu reduzir a necessidade de operações manuais e acelerou os processos

Edson Perin

A necessidade de melhorar a visibilidade sobre os estoques e, assim, agilizar o controle para favorecer o planejamento da manufatura foram os pontos principais para a companhia fabricante de papel do Brasil – que pediu para não ser identificada – realizar investimentos em um sistema de identificação por radiofrequência (RFID) da iTAG. Com tags da própria iTAG e leitores da Acura, a solução trouxe melhorias aos processos e planejamento da empresa.

Antes da RFID, os controles eram manuais e dependiam de várias pessoas para a realização de uma série de cálculos sobre as quantidades produzidas de cada tipo de papel, considerando diferentes gramatura e formato, e, também, quanto à eficiência das máquinas por turno e operador. “Não tínhamos estimativa de demanda de nossos produtos, como levantamento dos pedidos de nossos clientes por tipo de papel, gramatura e qualidade, sendo assim não havia possibilidade de reduzir custos por meio de uma fabricação mais eficiente”, explica o executivo responsável pelo projeto.

A meta da empresa é produzir apenas o que tem demanda no mercado, com base em estatísticas de consumo. “Atualmente, estamos potencializando nossos controles internos e externos através das integrações de BI [sistema de Business Intelligence], por conta da solução RFID, que permite um vasto levantamento de dados e um suporte que garante redução de custos e agilidade em todos os processos”.

Com a RFID, a companhia passou a saber com precisão o que há em estoque para venda, especialmente quando um cliente realiza um orçamento. “Em muitos casos, esta informação dependia de verificações feitas por um funcionário com conhecimento, no pátio, para realizar a contagem das bobinas. Um levantamento destes pode demorar de quatro a cinco horas para fornecer um fechamento de estoque”, explicou.

A dificuldade para obter informação sobre itens estocados acaba resultando em impactos em cadeia, como a dificuldade para programar a fabricação das novas bobinas de papel. Com o processo por RFID, pode-se ainda obter o dia da fabricação de uma bobina, quem foi o operador da máquina, o tipo do papel, gramatura e outras variáveis do processo de fabricação que passaram a estar contidos nas etiquetas inteligentes.

Atualmente, a entrada e saída de estoque são controlados por RFID, o que permitiu reduzir o processo de controle de produção por fichas manuais. “Temos agora apenas um funcionário responsável pela verificação dos dados e geração de relatórios que fazem requisições para os serviços da iTAG, como também tivemos a redução de pessoal em nossa expedição, contando hoje com dois operadores”.

Os processos com RFID começam na fabricação das bobinas jumbo (“mãe”), as quais dão origem a bobinas menores – também chamadas de bobinas “filhas”. Exatamente nesta etapa são realizadas a pesagem e preenchimento de todas as informações necessárias para o controle interno. Durante a emissão, as tags são conferidas com as bobinas “mães” de forma automática pelo sistema, a fim de evitar erros de operadores.

A cada emissão de etiquetas, o departamento de vendas toma conhecimento instantaneamente sobre a existência de um novo produto em estoque e sua disponibilidade, dando início ao chamado “picking”, ou seja, a montagem dos pedidos que passarão pelo portal antes de serem enviados aos clientes, para conferência.

Após a passagem e conclusão da ordem de separação, a mercadoria dá saída do estoque e fica disponível para emissão dos romaneios de saída, notas fiscais e boletos, de modo automático, preenchendo dados, como o peso, graças à integração com o sistema RFID, que garante a eficiência da operação, reduzindo erros na parte fiscal e nas operações. “Houve ganhos em todas as áreas, como pessoas, operações e controles; e podemos dizer que nos sentimos muito seguros hoje com a operação, e que a RFID atendeu sim as expectativas”.

A implantação RFID segue o padrão passivo EPC UHF, da GS1, o que permite obter em qualquer lugar do mundo as informações sobre os produtos pelo seu código EPC (Electronic Product Code). “Isto facilita operações de exportações e, também, o reconhecimento universal dos produtos por outro sistema RFID, de um cliente, por exemplo”.

Para a leitura, foi instalado um portal RFID em uma estrutura especifica para o projeto, com antenas e oito leitores, distribuídos igualmente entre os suportes laterais. Todos os leitores são da Acura, e as tags são iTAG adesivas, Modelo 7 x 2 R6, com chip Impinj Monza R6. “Utilizamos 10.000 etiquetas por mês e não são reaproveitadas”, diz.

Entre os desafios da implantação, destaca-se a barreira para o entendimento do processo com tecnologia. Apesar disto e graças aos benefícios, a companhia está se preparando para usar RFID em seu almoxarifado, onde há equipamentos de alto valor, como também no controle de matéria-prima, que já está em fase de projeto.

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