Gerdau usa RFID para aumentar segurança e reduzir falha humana

A adoção de identificação por radiofrequência pela companhia deverá proporcionar benefícios além das expectativas, com maior visibilidade e aumento da produtividade dos colaboradores

Edson Perin

Antes da implantação da identificação por radiofrequência (RFID), a Gerdau, em Ouro Branco (MG), utilizava o código de barras como principal identificador dos produtos. Em processo de migração para inlays RFID, o código de barras será mantido apenas como contingência. A comunicação via rádio é utilizada para recebimento, expedição e inventário, potencializando o risco de falhas humana, segundo explica Márcio Kiyoshi Ouchi, gerente de logística do site. No processo de recebimento e expedição dos produtos é necessário bipar etiqueta por etiqueta, utilizando coletor manual. “Após implantação do RFID, utilizaremos os leitores das pontes rolantes e coletores RFID, os quais conseguem ler todos os produtos desejados com apenas um comando”.

Os principais benefícios que serão obtidos com o sistema, estão relacionados a segurança das pessoas envolvidas no processo, retirando-as do recebimento no piso, potencializando a operação das pontes rolantes e empilhadeiras. De acordo com Ouchi, será possível aumentar o controle do estoque e o gerenciamento dos armazéns, otimizando os processos logísticos internos, consequentemente aumentando a produtividade dos colaboradores.

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A companhia também reduzirá as taxas overnight devido à redução do tempo de carregamento de caminhões e vagões, com menores reclamações de clientes por erros de remessa de produtos. “Também conseguimos aumentar a utilização de ativos, como caminhões, empilhadeiras e pontes rolantes”, explicou. “No processo de expedição é necessário subir nas carretas e vagões para coletar os materiais; após implantação do RFID não será preciso, pois no ato de carregar já será realizada a leitura e coleta dos produtos”.

O processo de inventário apresentará ganho de produtividade, diz Ouchi. “Atualmente é necessário ler etiqueta por etiqueta, necessitando movimentar materiais que estão em pilhas altas e após implantação do RFID, faremos inventário em massa, sem necessidade de movimentar produtos”. A implantação RFID segue o padrão de gravação EPC SGTIM Classe 1, Geração 2 de 96 bits, da GS1. “O maior benefício será a facilidade de rastreabilidade dos produtos e ativos da Gerdau movimentados para demais localidades produtivas, como outras plantas ou unidades de negócio”.

Os leitores fixos estão instalados nas pontes rolantes, empilhadeiras e portais para leituras dos veículos e associação de seus carregamentos. Os leitores móveis atenderão as operações de solo para os negócios de perfil e fio máquina. “Os leitores são de diversas marcas como Impinj, Zebra, Acura e algumas outras marcas, com o total de 40 leitores”, diz Ouchi. As tags de produto são da CCRR, de piso HID e de posição em pontes rolantes da Omni ID.

“Uma série de desafios ocorreram desde o primeiro piloto em 2017”, diz Ouchi, “pois o ambiente é extremamente metálico e com distâncias entre produtos bem restritas. Para assegurar a fidelidade das leituras associada à rapidez e agilidade das movimentações, algumas estratégias foram tomadas, como filtros de leitura, regras de negócio e estudos de posicionamento de antenas”. Há integração da solução de RFID com o ERP SAP da empresa, nos servidores locais.

Ouchi esclarece que “a rastreabilidade estará presente em todo o processo logístico dos produtos de Fio Máquina e Perfil Estrutural, para a unidade de Ouro Branco, passará por todos os processos mapeados no BluePrint da solução”. O executivo explica: “Dentre os processos, teremos rastreabilidade no nascimento do produto para a logística (recebimento), suas movimentações, ordens de picking (carregamento), inventários e processos ligados ao negócio como reclassificação de itens, mudança de código e demais processos. A solução nascerá com a gravação da etiqueta no momento de ser anexada ao produto e todas as suas movimentações e procedimentos capturados por RFID por portais, empilhadeiras, pontes rolantes e coletores. Por sua vez, todas as operações capturadas por RFID serão integradas ao SAP e demais sistemas, acelerando todo o processo logístico”.

Por meio do middleware RFID, será possível ler os produtos e endereços, realizar a associação dos produtos e endereços, consolidar a comunicação de interface de segundo nível – CLP, MES, etc. – e promover a gestão de pontos de captura de dados e informações. “A metodologia de entrega da EY [parceira da Gerdau na implantação de RFID] contém uma série de dimensões que cobrem as necessidades de cada negócio”, explicou. “Mesmo se tratando de uma planta única em Ouro Branco, nem sempre as regras de negócio das operações logísticas de Perfil, são equivalentes com a dos produtos Fio Máquina. Isto possibilitará a entrega dos resultados sem um fornecedor principal para a solução, pois cada integrante da solução ficará com sua função definida no framework EY e os possíveis impactos entre os integrantes da solução”.

A EY e a Gerdau têm um relacionamento de mais de 10 anos em projetos de tecnologia, desde projetos globais de implantação SAP, gestão da demanda e outros. A partir de então, a EY tem providenciado parcerias e soluções com abordagem agnóstica, fundamentada nas condições que a Gerdau necessita.

“Todos os projetos que associam inovação, mudança de processos operacionais, mudanças organizacionais, tecnologias e grandes projetos de infraestrutura desafiam a todas as pessoas envolvidas no projeto. São desafios como conhecimentos técnicos novos, aprofundamento nos processos e suas exceções, envolvimento com diversas áreas e departamentos com responsabilidades e prioridades distintas. A Gerdau tem em seu DNA a inovação e a busca por performance, e entende que este processo, quando bem fundamentado e executado é muito positivo”.

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