Edson Perin
A iTag Etiquetas Inteligentes, uma das mais ativas empresas de identificação por radiofrequência (RFID) do Brasil, com vários clientes em diversos setores, incluindo atacado, varejo e manufatura, teve de fechar temporariamente as portas de seu escritório no bairro do Brás, em São Paulo (SP), por recomendação das autoridades da área da Saúde, em função do combate ao coronavírus, causador da doença COVID-19.
No shopping Mega-Polo, onde a companhia está instalada, há dezenas de outras empresas que também aderiram à recomendação governamental, por acreditarem que – diante de todas as dúvidas sobre o comportamento do coronavírus – a atitude mais sensata é adotar o chamado isolamento social.
Diante da determinação governamental, Sérgio Gambim, CEO da iTag, decidiu manter os desenvolvedores de seu time trabalhando em suas próprias casas em regime de Home-Office (Casa-Escritório), a fim de garantir o funcionamento da empresa, o atendimento em tempo real de seus clientes e, consequentemente, o pagamento dos salários de seus colaboradores.
“Não teria como mantermos o escritório aberto”, explica Gambim. “Para os nossos colaboradores seria muito ruim ter de se deslocar pela cidade, em meio a esta crise, sem falar nas dificuldades para se alimentar etc.”, argumentando que, para garantir o conforto e a segurança de seus profissionais, a melhor alternativa foi colocar a equipe de desenvolvimento e suporte para trabalhar de casa.
Então, com uma boa dose de humor e transparência, os colaboradores da iTag resolveram enviar fotos (veja no quadro) uns para os outros sobre como está sendo o trabalho em Home-Office de cada um. As fotos mostram a criatividade e o empenho dos profissionais diante deste cenário aterrador pelo qual estamos passando, mantendo as operações da companhia em plena ação.
As fotos foram encaminhadas para a equipe de comunicação da empresa, que pretende desenvolver um cartão virtual para ser enviado aos clientes da iTag e, assim, revelar os bastidores do atendimento, com a “turma toda em ação”, como diz Gambim. “Não estamos parados e vamos continuar com o serviço sendo realizado em tempo real para manter os nossos clientes em atividade – ou prontos para voltar, dependendo do caso”, acrescenta o executivo.
Muitas empresas estão mantendo suas atividades por meio dos trabalhos remotos de seus colaboradores, algo que seria impensável há pouco mais de 10 anos – isto em centros urbanos bem estruturados como a cidade de São Paulo, já que, em outras localidades do país, a baixa velocidade das conexões com a internet ou, pior, a infraestrutura precária das telecomunicações ficou ainda mais visível neste momento e, certamente, dificulta este tipo de operação remota.
Apesar das dúvidas que ainda pairam sobre o que será da economia, apesar do Home Office e das tentativas de manter a produção em níveis razoáveis, em meio a esta crise, a melhor coisa tem sido manter as pessoas dentro de suas casas, no chamado isolamento social.
Esta prática não é a salvação completa, porque o coronavírus tem mostrado um comportamento muito mais agressivo do que se previa inicialmente, mas – até o momento – tem se mostrado a melhor maneira de evitarmos perder mais vidas pelo esgotamento da capacidade de atendimento dos hospitais.