Vamos ligar um drink hoje? Tomar é coisa do passado

Empresas estão inovando em suas embalagens e materiais impressos por meio de uma solução OLED que traz luz – literalmente – aos seus rótulos, de modo sustentável

Edson Perin

Ligar um drink? Sim! Pressione o rótulo da sua garrafa de Coca-Cola e faça os sabres de luz de Guerra nas Estrelas acenderem de verdade na imagem impressa. Ou, agora no Natal – apenas fora do Brasil –, ver a logomarca da Coca-Cola ficar reluzente como as lâmpadas de fim de ano. Pois é, mais uma jogada de marketing da gigante dos refrigerantes para dar uma refrescada na imaginação dos criativos de plantão.

A ideia nasceu das soluções desenvolvidas por uma empresa alemã chamada Inuru, palavra que significa “iluminado” em idioma sumério, a primeira língua escrita do mundo. Por meio do nome Inuru a empresa de soluções com OLEDs – diodo orgânico emissor de luz – quer expressar sua visão, ou seja, usar a luz para tornar as coisas mais visíveis e, assim, apresentar um conteúdo impressionante aos olhos.

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Caixas do gin Bombay Sapphire que acendem quando o consumidor passa perto

As soluções da Inuru já foram utilizadas em campanhas de publicidade, em revistas, embalagens e em rótulos. Um dos casos da empresa rompeu o horizonte nas caixas do gin Bombay Sapphire, com uma embalagem autoiluminada, o que foi batizado como “efeito respiratório”. A caixa acende quando os consumidores se aproximam, aumentando sua visibilidade na prateleira e, também, oferecendo uma experiência única aos consumidores que adquirem o produto on-line.

Em outros impressos, surgem carros que piscam faróis em revistas ou mensagens que acedem ao acionar de um botão no cartão postal, além de outras possibilidades da tecnologia iluminada da Inuru. Basta usar a imaginação, sacar alguns dólares a mais do orçamente e, então, impressionar clientes, parceiros e concorrentes.

Uma das primeiras questões que vêm à mente, porém, quando se pensa em uma embalagem iluminada, refere-se ao impacto ambiental da brincadeira. A Inuru não deixou esta questão de lado e, aliás, nasceu inspirada nela em 2012, quando Patrick Barkowski, um dos fundadores da empresa e hoje CTO, estava entediado com o seu trabalho em um laboratório e ligou para um velho amigo do ensino médio com uma ideia de um novo negócio. Para Marcin Ratajczak, o tal amigo e hoje CEO da Inuru, a ligação chegou bem a tempo, já que tinha sido atingido pelos efeitos da crise econômica.

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Coca-Cola com sabres de luz que se iluminam ao toque do rótulo

A ideia inicial de Patrick era criar uma ferramenta de medição mais barata para laboratórios. No entanto, Marcin teve uma inspiração mais ousada com o que seu amigo estava propondo. Na ocasião, Patrick estava produzindo no laboratório as tais camadas orgânicas, tecnologia que pode ser usada em OLEDs – o diodo orgânico emissor de luz, ambientalmente sustentável, fino e flexível o suficiente para ser integrado em qualquer lugar.

Marcin percebeu o potencial da tecnologia e, em um dia chuvoso em Berlim, convenceu Patrick de sua visão. Eles estavam sentados em um restaurante de sushi, examinando o cardápio, quando tiveram uma ideia: e se o desenho do peixe no cardápio pudesse nadar pela página? Assim, deixaram o restaurante com um objetivo: criar displays de baixo custo que pudessem ser integrados em qualquer lugar.

Vídeo da Coca-Cola iluminada para o fim de ano

Com a visão sobre os benefícios dos OLEDs, incluindo sua sustentabilidade ambiental, a Inuru estabeleceu sua missão: “um mundo sem lixo”. Então, seus fundadores começaram a explicar para o mercado o porquê de a luz que utilizam ser limpa. Para isso, usaram as bebidas esportivas – e brilhantes – como exemplo. Na explicação da Inuru, as matrizes que fornecem a cor às bebidas isotônicas são semelhantes às dos OLEDs. “Ainda assim, não as coma”, ironizam.

Por isso, todos os materiais restantes usados ​​nos OLEDs são semelhantes aos usados ​​em um produto impresso com as tecnologias padrão: “não é melhor – não é pior”, argumentam. “Diferente de outras empresas de embalagens inteligentes, a Inuru investiu sete anos para desenvolver OLEDs, em vez de usar LEDs, cujos materiais são poluentes”, diz Marcin.

De acordo com a Inuru, como as células de energia são de uso único, sem metais ​​nem íons pesados, os materiais restantes necessários para criar uma bateria totalmente funcional para OLEDs também são coerentes com as embalagens.

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