Unipac garante autenticidade de produto agrícola

Dentre os benefícios, as embalagens com tampa de segurança NFC eliminam o risco de que criminosos as reutilizem, após descartadas, com produtos falsificados e perigosos

Edson Perin

A Unipac anuncia a adoção de uma solução de Internet of Packaging (IoP) com identificação por radiofrequência (RFID), para garantir a segurança e a autenticidade de seus produtos. A companhia é uma das unidades de negócio do brasileiro Grupo Jacto, com mais de 70 anos e composto por importantes empresas que atuam nos segmentos agrícola, de tecnologia de aplicação de polímeros (automotivo, embalagens e logística), transporte, equipamentos para serviços de limpeza e higienização, e soluções para a área médica.

O sistema é composto de um selo de indução e um aplicativo para smartphone com leitor NFC (Near Field Communication), um tipo de RFID. O selo é montado nas tampas dos produtos, assim como ocorre com os selos convencionais de autenticidade.

André Silvestre, gerente de vendas do segmento embalagem da Unipac, acrescenta que, durante o ciclo de vida da embalagem na companhia até a sua abertura pelo usuário final, qualquer pessoa com um smartphone que possua leitor NFC e tenha baixado o aplicativo da Unipac pode verificar se a embalagem foi violada. “Após a abertura da embalagem, o sistema permite a identificação de que foi violada e, portanto, é potencialmente não autêntica, além de proporcionar informações em tempo real e rastreabilidade passiva”.

Humberto Fujita, pesquisador da Unipac, explica que a Unipac desenvolveu para o mercado de embalagens plásticas uma solução diferente das que existiam até o momento. “Oferecemos uma resposta aos clientes que querem resolver o problema de violação utilizando-se de tecnologias aplicadas diretamente no produto”.

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Dois pontos foram desafiadores para a Unipac: a incerteza sobre a amplitude da tecnologia NFC no Brasil, em 2014, quando o projeto foi iniciado, e o aprendizado na construção destes protótipos até ter um MVP (produto viável mínimo) para ser industrializado. “Ao longo do tempo, as tags nas tecnologias UHF e NFC foram testadas e, com base na análise de suas vantagens, foi escolhida a tag NFC em função do crescimento desta tecnologia e da disponibilidade destes leitores nos smartphones, permitindo o acesso do usuário comum aos meios para autenticar o produto, sem precisar investir num equipamento específico”, disse Fujita.

Patenteada, a configuração atual prevê acoplar a tag NFC ao selo de indução (alumínio), formando uma peça única. A solução atende aos requisitos de homologação e substituirá o selo convencional sem a necessidade de alterações na tampa ou na embalagem, o que viabilizará a adoção da tecnologia pelos clientes. Além disso, não afetará o potencial de ser reciclada.

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Um dos benefícios obtidos com o sistema, na opinião de Silvestre, foi a confiabilidade, já que o sistema dificulta a reutilização de embalagens autênticas, pois permite identificar qualquer violação. “Dessa forma, a prática dos falsificadores de envasarem defensivos agrícolas não autênticos em embalagens descartadas vazias – e autênticas – fica aparente, ao verificar identificador da tag na base de dados”, atesta Silvestre.

O sistema permite uma decisão mais objetiva baseada no leitor NFC de um celular, por meio da autenticação do identificador da tag com um banco de dados na nuvem. “O uso da tecnologia NFC está em crescimento nos smartphones, possibilitando a autenticação de forma prática e permitindo o acesso a um maior número de usuários”, acrecentou. A interatividade também foi tida como um dos ganhos, já que os dados de leitura possibilitam maior interação entre o consumidor e a indústria, o que permite conhecer os hábitos de consumo dos clientes e usuários finais.

“Além disso”, diz Silvestre, “são possíveis programas de fidelidade, premiações, recalls unitários e a possibilidade destas embalagens interagirem com as máquinas que irão fazer a aplicação em campo, para uma rastreabilidade da indústria química até a fazenda”.

De acordo com Fujita, a Unipac já mapeou as oportunidades para o futuro, a princípio, para uso no mercado de defensivos agrícolas, que demanda este tipo de solução, pois conforme o relatório de junho de 2019 do Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social das Fronteiras (IDESF), cerca de 20% dos pesticidas vendidos no Brasil são de origem ilegal, a um custo anual de R$ 8,8 bilhões (cerca de U$ 2,1 bilhões). “A Unipac possui prova de conceito (PoC) em andamento no mercado de defensivos agrícolas, além de iniciativas de prospecção em outros mercados potenciais”, informou.

Com a solução, a partir do envase do produto, qualquer pessoa, em qualquer ponto da cadeia, pode autenticar as embalagens, baixando o aplicativo e registrando-se no sistema da Unipac. “Para o consumidor que busca a qualidade e o produto original, o principal valor será a verificação da autenticidade. Para clientes da Unipac que utilizarão estes recursos, haverá a possibilidade de obter informações sobre o ciclo de vida do produto, rastreabilidade, desvio de lotes, vendas em região diferentes da planejada, além de informações referentes aos padrões de consumo do usuário final”, comemora Silvestre.

Fundada em 1976, a Unipac passou a ser referência para empresas nacionais e internacionais que atuam nos segmentos automotivo, de defensivos agrícolas, logístico, entre outros. Possui unidades em Pompeia (matriz) e Limeira (filial), ambas em São Paulo, e nos sites de seus clientes, por meio do modelo in house, nas cidades de Regente Feijó (SP), Paulínia (SP) e Maracanaú (CE).

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