Talkin’ Things lança etiqueta RFID omnidirecional

A empresa está expandindo sua capacidade de produção para um bilhão de etiquetas NFC e UHF por ano, ao mesmo tempo em que produz antenas mais sustentáveis para RFID

Claire Swedberg

Com o objetivo de atender à crescente demanda por tecnologia de identificação por radiofrequência, a empresa polonesa Talkin’ Things está adquirindo mais espaço e ativos de produção, incluindo novos equipamentos de fresagem de antenas, e planeja produzir até 1,3 bilhão de etiquetas RFID anualmente, a partir de 2023. Ao mesmo tempo, a empresa lançou uma nova etiqueta omnidirecional que, segundo ela, pode realizar 10 metros (33 pés) de alcance de transmissão em qualquer orientação ou ângulo.

Com seus recentes aumentos de capacidade e esforços de desenvolvimento existentes, a Talkin’ Things prevê que terá uma presença crescente na indústria de etiquetas RFID, mas também fornecerá versões mais sustentáveis ​​de seus produtos, sem exigir gravação química de antenas de alumínio. A empresa pretende que sua nova fábrica de Rezszów seja um local de emissão zero e recentemente recebeu US$ 20 milhões em financiamento de investidores que serão empregados na expansão das instalações de produção, de acordo com Jakub Zaluska, diretor de marketing da Talkin’ Things.

Desde o lançamento em 2014, a Talkin’ Things oferece uma abordagem de solução personalizável, fornecendo um grande número de etiquetas RFID e desenvolvendo-as para as necessidades específicas dos clientes. Um exemplo de tais esforços envolve um fabricante de airbags que exigia etiquetas RFID que poderiam passar por um detector de metais sem serem detectadas. Esse é o tipo de desafio no qual a empresa se especializa, afirma a Talkin’ Things, pois pode construir um novo protótipo de etiqueta usando suas próprias máquinas para aproximar a colagem e os materiais necessários para as etiquetas para uma aplicação específica.

A Talkin’ Things tradicionalmente adota uma abordagem inovadora para a produção de etiquetas RFID, fornecendo produtos de baixo custo e alta qualidade. Essa qualidade é crucial, diz Zaluska, pois “sem qualidade e desempenho, o preço baixo seria inútil”. A empresa está vendendo as etiquetas para marcas e empresas de embalagens e também faz parceria com empresas de embalagens.

Talkin’ Things funciona com a MCC Label e outros negócios para garantir que a aplicação de tags possa ser incorporada aos processos de produção existentes. Além disso, pode fornecer sistemas RFID completos, incluindo leitores e software para executar hardware industrial, que seria integrado ao software de gerenciamento existente do usuário. Ano a ano, a empresa vem aumentando sua capacidade. Agora produz meio bilhão de tags anualmente, com planos de dobrar essa capacidade até o final de 2022.

blank

Uma maneira pela qual a Talkin’ Things está crescendo é com o desenvolvimento de novos produtos. Em maio, a empresa lançou uma nova linha de etiquetas RFID RAIN omnidirecionais conhecidas como Storks, que apresentam funcionalidade omnidirecional sem exigir chips especializados que normalmente custam mais do que chips e etiquetas padrão. Isso, diz Zaluska, permite que os usuários obtenham o tipo de confiabilidade de leitura de qualquer ângulo que possa ter exigido configurações complexas de várias antenas no passado, ou tags baseadas em portas de antena duplas diferenciais.

Os três novos produtos Stork incluem um chip NXP Semiconductors UCODE 9 e são construídos para fornecer desempenho de leitura confiável de qualquer ângulo. O TT-501D Stork de 50 milímetros (2 polegadas) oferece uma distância de leitura de até 15 metros (49 pés) quando orientado diretamente para a frente ou para trás, e até 10 metros (33 pés) se orientado lateralmente – ou seja, nas orientações de 90 graus e 270 graus. A menor tag, a TT-301D, mede 30 milímetros (1,2 polegadas) e oferece uma distância de leitura de 10 metros (33 pés) na frente e atrás e 8 metros (26 pés) em qualquer outro ângulo. O terceiro produto é dimensionado em 40 milímetros (1,6 polegadas), com desempenho entre os outros dois modelos de etiquetas.

Os clientes abordaram a Talkin’ Things sobre linhas de montagem e outros ambientes lotados de produtos ou ativos em movimento. “Eles estavam tendo problemas para obter leituras [RFID UHF] porque, em alguns casos, as etiquetas estavam orientadas da maneira errada”, lembra Zaluska. Existem contramedidas para esse problema, ele observa – ter várias configurações de antena em torno de uma zona de leitura, por exemplo – mas isso adiciona complexidade e custo à solução. As tags Stork são projetadas para resolver o problema, diz Zaluska. As tags utilizam uma antena de padrão circular como alternativa às tags omnidirecionais existentes que exigem duas antenas cruzadas, o que pode ser mais caro do que as tags padrão.

A Talkin’ Things está agora em processo de expansão de suas instalações de produção. Sua Gigafactory RFID é o resultado da expansão do espaço no prédio existente da empresa, e ela planeja abrir outra instalação para atender a um maior crescimento. “Nossa meta é 12 bilhões”, diz Zaluska. “Planejamos construir a fábrica para a capacidade alvo.” A empresa prevê um crescimento consideravelmente maior na indústria de RFID.

“O mercado de RFID está subindo rapidamente”, acrescenta Zaluska, relacionado não apenas ao avanço da tecnologia, mas também à demanda de negócios, à medida que mais marcas seguem a liderança dos varejistas que implantam RFID. “Estamos vendo o maior crescimento principalmente em RFID UHF.” O uso da tecnologia NFC, diz ele, também está crescendo à medida que as empresas incorporam tecnologias habilitadas para smartphones de menor alcance em embalagens, bem como em produtos de pagamento e emissão de bilhetes.

A Talkin’ Things continua a se beneficiar de um processo de design rápido em seu local de produção, relata Zaluska, e a empresa pode projetar e prototipar tags de acordo com as necessidades do cliente. “Devido a algumas inovações inteligentes no lado do laboratório”, afirma, “agora podemos, em questão de horas, preparar as amostras diretamente da fase de projeto no computador”.

A empresa constrói uma etiqueta simulada em seu software, depois produz uma etiqueta que atende a essas especificações e testa as iterações do projeto de forma a replicar o mesmo processo de colagem de etiquetas RFID usado durante a produção. “Assim, eliminamos a variação no processo que pode vir de um processo manual”, diz Zaluska. A empresa então projeta e constrói tags com atributos específicos para os clientes e, em alguns casos, constrói o portfólio de tags que oferece com base nesses designs.

O design de etiquetas personalizadas ajuda a resolver problemas específicos das empresas, explica a Talkin’ Things. Por exemplo, um fabricante de airbags (que pediu para não ser identificado) vem trabalhando com o fornecedor de tecnologia para introduzir etiquetas RFID em seus produtos de segurança automotiva. Ao incorporar uma etiqueta RFID em cada produto, a empresa pode identificar exclusivamente cada item durante a montagem e o envio, garantindo automaticamente que os produtos sejam construídos adequadamente e atendam aos requisitos de inspeção. Os airbags podem ser rastreáveis ​​mesmo em caso de retorno.

O controle de qualidade é uma parte essencial do processo de produção da empresa, diz Zaluska, e pode ser demorado quando feito manualmente. A introdução da tecnologia RFID no processo, no entanto, traz desafios únicos. Depois que um produto é montado, ele deve passar por um detector de metais para garantir que nenhum pedaço de metal tenha sido introduzido naquele produto devido a um erro na produção, como um pequeno pedaço de equipamento metálico quebrando ou caindo no airbag. O detector reconheceria as antenas de alumínio da etiqueta, interrompendo esse processo.

“Tínhamos que ter uma etiqueta tão pequena que ficasse abaixo do limite do detector de metais”, diz Zaluska. A empresa conseguiu prototipar e testar essa etiqueta em questão de dias e descobriu que a etiqueta ainda funciona a uma distância de até 2 metros (6,6 pés) em espaço livre, mas que não aciona o detector de metais durante a produção. “Nós realmente tiramos proveito de nossa prototipagem rápida”, afirma, “para que conquistamos clientes que não conseguiam encontrar a solução para seus problemas em nenhum outro lugar”. A partir do momento da especificação, a etiqueta pode ser desenvolvida e produzida em cerca de 10 dias. Durante esse tempo, ele observa: “Podemos passar por algumas iterações de protótipo e teste”.

A Talkin’ Things consegue isso com uma máquina construída para replicar o processo de colagem de uma etiqueta RFID padrão, combinando a pressão, temperatura e tempo de cura exatos da etiqueta. “Podemos programá-lo”, diz Zaluska, “e obtemos os resultados apenas para uma única tag”. Os próprios engenheiros da empresa podem colocar os chips manualmente, um de cada vez, nas antenas no ponto certo, utilizando um microscópio. Para a produção de etiquetas, a instalação emprega atualmente duas linhas de colagem, um par de linhas de conversão, linhas de teste e vários codificadores. Uma linha de colagem adicional permitiu uma capacidade de meio bilhão de tags. Em seguida, a empresa diz que planeja expandir seu espaço físico.

Espera-se que uma nova máquina de produção de antenas forneça uma opção mais sustentável para a fabricação de etiquetas, diz Zaluska, ao fresar antenas em vez de gravar quimicamente. A fresagem proporciona um processo de produção sem desperdício químico, semelhante ao funcionamento do corte a laser, mas com menor custo e maior velocidade do que o corte a laser. O excesso de alumínio é raspado mecanicamente, sem produtos químicos, e o alumínio residual pode ser reciclado. “O único resíduo é o alumínio 100% puro”, afirma.

O processo tem algumas limitações, no entanto. Por exemplo, os usuários não podem empregar o mesmo projeto de antena criado para um processo de gravação; em vez disso, o projeto deve ser modificado para a máquina. Assim, a empresa vem inventando formas de compatibilizar as antenas com a nova máquina, com base em projetos já existentes. A Talkin’ Things espera que o processo de moagem seja uma alternativa mais popular para a produção de tecnologia padrão daqui para frente.

“Vamos tentar, sempre que possível, mudar para as alternativas verdes”, diz Zaluska. É melhor para o meio ambiente, pois elimina o processo químico, explica a empresa, e reduz o transporte extra de mercadorias quando as antenas são construídas em um local de terceiros. O processo de fresagem também pode garantir a flexibilidade que a Talkin’ Things exige para etiquetas especializadas, permitindo a produção de etiquetas sob demanda.

- PUBLICIDADE - blank