Sincpress discute proteção de marcas com Abinee

Roubo de cargas atinge perto de R$ 200 bi por ano no Brasil e um conjunto de soluções de Internet of Packaging (IoP) pode reduzir os prejuízos de fabricantes e governos

Edson Perin

Roubo de cargas, produtos falsificados e contrabando atingiram um patamar que superou os R$ 190 bilhões em prejuízos, somente no ano de 2019, segundo Fábio Barbosa, diretor de segurança de supply chain da HP para a América Latina e diretor de Brand Protection da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), com sede no prédio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na avenida Paulista, em São Paulo Capital.

Diante da dimensão do problema que atinge marcas e fabricantes de diversos setores no país – também no mundo – e em busca de soluções, a Abinee participou de um evento sobre Internet of Packaging (IoP) na sede do Sincpress, em Sorocaba (SP). O Sincpress é o primeiro centro de inovação em embalagens inteligentes da América Latina.

De acordo com Barbosa, a preocupação com roubo de cargas, falsificações e contrabando atinge empresas que vão muito além do setor de eletroeletrônicos e envolve prejuízos que incluem a arrecadação de impostos, o que leva ao montante de prejuízo de praticamente R$ 200 bilhões ao ano somente no Brasil. Mais de 50 executivos de 20 empresas de diversos setores e associadas à Abinee participaram das apresentações no Sincpress sobre como as tecnologias atuais para Smart Packaging (embalagens inteligentes) podem ser utilizadas para combater a criminalidade, especialmente a que afeta marcas e fabricantes.

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Paula Valério, executiva responsável pelo Sincpress, explica aos associados da Abinee, durante visita às instalações, sobre soluções desenvolvidas pelo centro de inovação em embalagens inteligentes

Do lado das fabricantes de produtos, Barbosa afirma que as empresas têm de gastar muito de seus investimentos em segurança para garantir que estão entregando produtos originais ao cliente final. “Apesar da queda do número [do roubo de carga] de 2018 para 2019, ainda representa muito”, alerta Barbosa. “Às vezes você encontra produtos que considera originais numa cadeia de lojas de varejo e, quando vai consultar, acaba descobrindo que o produto tem origem em roubo de carga, falsificação ou contrabando”.

Por meio de soluções de Brand Security (segurança de marca), com aplicação de Smart Packaging, pode-se trazer o consumidor para se tornar um fiscal dos produtos em circulação no mercado, como afirma Barbosa. “Assim, os mais de 200 milhões de habitantes do Brasil podem ser transformados em fiscais, garantindo que os produtos adquiridos são originais, não contrabandeados e nem roubados. O cliente começará a entrar em contato direto com o fabricante, criando um relacionamento mais próximo”.

Do mesmo modo pelo qual o consumidor poderá se comunicar com os fabricantes mais direta e facilmente, por uma interface personalizada, as mesmas ferramentas de Brand Security podem favorecer o contato e o aprendizado sobre o comportamento deste consumidor e suas preferências, agregando valor ao investimento do fabricante na tecnologia de Smart Packaging. “As marcas poderão oferecer melhores experiências aos consumidores”, prevê Barbosa.

O executivo acredita que, para a Impressão Digital, “há nicho de mercado que busca reter e saber trabalhar com o consumidor, fazendo marketing direto com este consumidor, tendo uma cadeia de proteção do produto, e uma cadeia de sustentabilidade, com Economia Circular. Este é um caminho que não tem volta. E novas coisas virão no futuro”.

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