Edson Perin
Muita gente me perguntou o que eu achava da segunda edição presencial do RFID Journal LIVE! depois de dois anos, com base na visão que tenho ao longo dos 10 anos em que não perdi nenhum dos eventos, inclusive os últimos virtuais, durante a pandemia do Covid-19. Para mim, RFID Journal LIVE! é um evento anual obrigatório, pois reúne o ecossistema de identificação por radiofrequência (RFID) e Internet das Coisas (IoT) com aplicativos para negócios globais. Mas também é fundamental para entender o pulso do mercado global.
A primeira constatação que tive no evento deste ano foi a identificação eletrônica, embalagens inteligentes e cadeias de suprimentos automáticas estão se fundindo – e não há chance de voltar atrás. Não há mais dúvidas sobre a precisão das tecnologias em questão, incluindo QR Codes e Impressão Digital, para continuar evoluindo nas conquistas já alcançadas por várias empresas, em diferentes ramos de atividade. Um exemplo marcante é o Walmart, a gigante do varejo global que foi pioneira no uso de RFID e que havia abandonado a tecnologia após uma série de problemas comerciais e empresariais, e que agora anuncia o retorno com uma estratégia de investimentos pesados em tecnologia.
A decisão do Walmart tem um impacto grande e positivo quanto ao número de produtos entregues pelos fornecedores que a empresa possui em sua cadeia de suprimentos. O impacto é enorme! Em uma conversa informal que tive com um dos executivos responsáveis pela nova iniciativa RFID do Walmart, percebi que o principal desafio de todo o processo está na formação e preparação de seres humanos que irão lidar com uma nova mentalidade de trabalho, com novos processos inteligentes e com produtos que falam e agem para conquistar os consumidores das prateleiras.
Sim, o mundo das tecnologias de identificação automática e rastreamento e experiência do cliente está se consolidando, sem chance de voltar atrás, mas ainda há muito o que discutir, aprender e criar.
Em diversos cases de sucesso apresentados durante o RFID Journal LIVE!, o que se pode constatar foi a total integração das tecnologias, com o RFID atuando com base na coleta de dados, otimização das cadeias de suprimentos, logística e sustentabilidade, e os QR Codes, principalmente, atuam como pontos de acesso de qualquer ser humano – através de um smartphone – a todas as informações contidas nas bases de dados para a tomada de decisão de compra.
De acordo com um estudo recentemente apresentado pela Avery Dennison, em artigo sobre sustentabilidade para o IoP Journal, antes da pandemia, menos de 20% dos consumidores tomavam decisões de compra com base em informações de sustentabilidade das empresas e produtos em questão. Hoje, após a grande tempestade do Covid-19, mais de 50% dos compradores decidem o que consumir com base na sustentabilidade dos produtos e empresas responsáveis por esses bens.
A Avery Dennison ainda teve o estande mais destacado do evento, logo na entrada da área de exposição. Outras grandes marcas, no entanto, estiveram ausentes do evento, deixando o público em dúvida sobre a saúde dessas empresas. Afinal, sua ausência no maior evento de RFID e IoT do planeta não é um bom sinal. Fui procurar informações sobre o motivo das ausências e fiquei surpreso ao descobrir que algumas empresas simplesmente decidiram economizar dinheiro em marketing. Curioso… e inacreditável.
Abrindo parênteses, algumas empresas parecem esquecer que, para que haja um mercado saudável, todo o ecossistema precisa funcionar. Esse raciocínio equivocado também reverbera no Brasil. Feche os parênteses.
Do lado brasileiro, aproveitando a deixa, dois cases brilhantes foram expostos em profundidade no evento, ambos com tags Avery Dennison. O primeiro, da Cachaça Roma, mostra o uso de etiquetas Near Field Communication (NFC) para garantir a autenticidade do produto. O empresário Rodrigo Pedroso, dono da marca, apresentou o case e sorteou três garrafas da bebida para os participantes da LIVE!
O outro caso de grande repercussão, da Lojas Renner, foi detalhado pelo executivo da empresa Alexandre Ribeiro, que mostrou todas as nuances e decisões que fizeram deste case um dos finalistas do RFID Journal Awards 2022. Embora a empresa não tenha sido premiada este ano, já que o vencedor da categoria foi o varejista Carter’s (Carter’s gerencia estoque em todos os EUA com RFID), o caso inspirou várias outras empresas internacionais que participaram da apresentação.
No dia de encerramento do evento, pela manhã, apresentei como editor do IoP Journal diversos cases com RFID, QR Codes e Impressão Digital, desenvolvidos no Brasil, mostrando como ir além das cadeias de suprimentos inteligentes, facilitando assim a comunicação dos fabricantes com seus consumidores finais. Entre os cases que apresentei estavam os da Havan (vencedora do RFID Journal Awards 2021 como melhor varejista), Havaianas/Alpargatas, Correios, Cemil, Calesita, ZF Aftermarket, Privalia Outlet, Unipac, ID-Cotton, Lado Avesso, Anvisa e o Setor Farmacêutico do Brasil, e HP Brasil.
Por meio do IoP Journal, estamos organizando iniciativas para melhorar a comunicação entre as empresas e o próprio mercado no Brasil. Procure por nós.