Pilkington Brasil usa RFID para rastrear embalagens de produtos

A companhia do Grupo NSG obtém benefícios na cadeia de suprimentos, que permitem visualizar a circulação de produtos, por meio de sistemas criados pela SmartXHUB

Edson Perin

Apesar de não quantificar os ganhos com o uso da tecnologia de identificação por radiofrequência (RFID) por questões de compliance, a Pilkington Brasil, fabricante global de vidro para construção civil e indústria automotiva, pertencente ao Grupo NSG, já comemora os benefícios de entender o ciclo de viagem de cada embalagem utilizada para transportar os seus produtos, podendo inclusive apresentar estes dados aos clientes, além de saber se a embalagem está na empresa ou no cliente.

Segundo Perci Afonso Catarin, executivo da cadeia de suprimentos da matriz da Pilkington Brasil, em Caçapava (SP), na planta de produção e vendas para o país, este foi o objetivo alcançado até momento, com o sistema da SmartXHUB. Ele afirma que, antes da implantação do sistema de RFID, o processo de controle das embalagens retornáveis era bem trabalhoso, sendo necessário o controle por notas fiscais e anotações em papel, gerando divergências nos apontamentos e retrabalho.

“O controle basicamente era realizado por quantidade de embalagens enviadas a cada cliente, mediante controle fiscal. O controle de disponibilidade interna era realizado por inventários físicos”, aponta Catarin.

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Pilkington Brasil, fabricante global de vidro para construção civil e indústria automotiva, comemora os benefícios da RFID

Há dois anos a companhia vem implantando etiquetas inteligentes de RFID nas embalagens e realizando as leituras. “Neste primeiro momento, as embalagens que já temos com as tags RFID instaladas estão sendo monitoradas nas saídas e entradas na empresa, onde já conseguimos detectar a localização das embalagens: se estão com os clientes, em nossa planta e se ainda não foram enviadas ao cliente e até embalagens que estão paradas por manutenção”.

Catarin explica que quando a empresa tiver a conclusão da instalação das tags em 100% das embalagens, será possível visualizar um panorama completo de localização das embalagens em seus ciclos de movimentação.

O executivo da Pilkington diz que o middleware da solução foi desenvolvido pela SmartXHUB, sendo que este componente faz somente a leitura das tags nos portais de entrada e saída. “Em uma das fábricas temos uma solução integrada com sensores de passagem para identificar no mesmo portal se o caminhão está entrando ou saindo da fábrica. O maior ganho que temos é com o portal web da SmartXHUB”, atesta Catarin.

Segundo ele, o portal web serve para inventariar os racks de propriedade da Pilkington, usados para atender os seus clientes; rastrear os racks que transitam entre a companhia e os clientes, com as informações sobre o histórico e em tempo real; identificar o tempo médio de cada tipo de rack dentro e fora da Pilkington; identificar a quantidade de racks que estão em cada cliente; segregar os racks para manutenção e gerenciar estas manutenções; identificar o ciclo de vida dos racks; e automatizar o processo de conferência da nota fiscal gerada pelo sistema de gestão ERP, usado pela companhia, e a carga do caminhão, com a comparação da leitura das tags que passam pelos portais de saída e o conteúdo da nota fiscal.

Carlos Ribeiro, CEO da SmartXHUB, com sede em Kissimmee, nos Estados Unidos, esclarece que o sistema opera integrado com ERP da SAP, onde são recebidas as ordens de expedição e, por meio de coletores de dados, são confirmados os embarques. “Não havendo divergências, um comando é enviado ao SAP para emissão da nota fiscal”.

Catarin, da Pilkington, afirma que a SmartXHUB fez todo o desenvolvimento do projeto, desde as especificações de software e hardware – validadas pelo time de TI – até de estruturas. “Também fez a instalação e configuração do software e hardware, bem como a personalização do portal em cloud computing. Como a Pilkington não tinha experiência com RFID, essa parceria foi fundamental para a implantação”.

Os leitores estão instalados nas entradas e saídas da planta de Caçapava, permitindo monitorar todas as embalagens que chegam e que saem da planta. “Optamos por leitores da Zebra, por ser uma marca estabilizada no mercado, podendo inclusive ser usada em outras unidades do grupo. A composição de leitores varia em cada portal que temos instalado”, esclarece. As tags RFID foram personalizadas pela SmartXHUB, são retornáveis e encapsuladas em caixa de plástico ABS para suportar possíveis impactos dos garfos da empilhadeira. A gravação dos EPCs – códigos eletrônicos de produtos usados em RFID – e a impressão dos códigos de barras é feita ao mesmo tempo.

Assim, são colocadas duas tags de mesmo EPC em cada embalagem metálica, para facilitar a leitura dentro do caminhão, isto devido à grande interferência causada pela disposição da carga dos racks metálicos, onde alguns tipos são fechados com chapa de aço na traseira e laterais. As embalagens são retornáveis, então, as tags são fixas e só são reaproveitadas em casos especiais, como por exemplo, um rack que for inutilizado e entrar um novo em seu lugar.

“O maior desafio que tivemos”, diz Catarin, “foi quanto ao tempo necessário para realização das leituras. Temos caminhões passando pelo portal de leitura onde devemos ter 100% de precisão, sem parar o caminhão. Houve várias barreiras que tivemos que ir investigando e encontrando a melhor saída, como por exemplo: velocidade, configurações, posicionamento das antenas e tipos de tags. Mas conseguimos superar estes desafios com a ajuda da SmartXHUB”.

Diante do futuro, “ainda temos que seguir instalando as tags em 100% de nossas embalagens”, prevê Catarin, “o que é um processo manual e demorado. Além disso, estamos trabalhando para realizar interligações com nosso sistema, facilitando ainda mais o mapeamento das embalagens”. Atualmente, todos os caminhões que saem da empresa, passam por um portal de antenas RFID, que realiza a leitura de todas as embalagens que estão no caminhão. O mesmo ocorre quando este caminhão retorna dos clientes.

“O projeto de implantação foi um grande desafio para a empresa”, define Catarin, da Pilkington. “Não se trata de um projeto de baixo custo, devido as exigências do mercado industrial e quantidade de embalagens que se deseja mapear. Mas hoje já começamos a apresentar esse resultado internamente e até para os nossos clientes, tornando o gerenciamento do parque de embalagens algo mais criterioso”.

Carlos Ribeiro, CEO da SmartXHUB, completou que, para a sua empresa, “o uso bem sucedido da nossa plataforma RFID por uma corporação com as dimensões e reputação da Pilkington não é apenas uma grande honra, mas a demonstração de que estamos no caminho certo em nosso desenvolvimento tecnológico”.

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