Edson Perin
Uma matéria publicada pela Bloomberg (Don’t Toss That Cup: McDonald’s and Starbucks Are Developing Reusables ou, em português, Não jogue essa xícara: McDonald’s e Starbucks estão desenvolvendo reutilizáveis) mostra o que já é rotina nas matérias do IoP Journal. Ou seja, que as tecnologias de identificação por radiofrequência (RFID), QR Code e Impressão Digital podem, além de oferecer diversos recursos de negócios, auxiliar na sustentabilidade das marcas, facilitando operações ambientalmente amigáveis, como a reciclagem.
A iniciativa envolve copos de café reutilizáveis batizados como CupClub e que se destinam a substituir os descartáveis, que são jogados fora aos bilhões a cada ano. No futuro, de acordo com o projeto, quando pedir um café no McDonald’s ou Starbucks, o consumidor poderá ser servido no mesmo copo que utilizou outras vezes.

Esta visão, de acordo com a matéria, está na base do projeto piloto de dois anos chamado NextGen Cup Challenge, que é liderado pela Starbucks e McDonald’s. O teste introduzirá dois tipos de xícaras reutilizáveis e inteligentes, em cafeterias de São Francisco e Palo Alto, cidades da Califórnia, nos Estados Unidos. As novas xícaras são feitas principalmente de plástico e contam com chips RFID ou QR Codes, para identificação e rastreamento.
As duas companhias utilizam bilhões de copos de papel por ano [o número exato não foi revelado na matéria], sendo que a maioria é revestida de plástico, o que as torna quase impossíveis de reciclar. “Eliminar esse desperdício ajudaria muito a atingir as metas ambientais estabelecidas por cada empresa”, diz Emily Chasan, da Bloomberg. O grupo NextGen também pretende experimentar alguns novos copos descartáveis compostáveis e recicláveis em Oakland.
A meta, para deixar a pegada de carbono mais leve, pode não ser a escolha do material perfeito, porque há desvantagens em qualquer copo descartável, seja papel, alumínio ou plástico. Em vez disso, a NextGen pretende tornar os copos duráveis e criar um sistema pelo qual sejam reutilizáveis. Deste modo, será preciso coletar, limpar, redistribuir e rastrear digitalmente – um processo complexo.

“Essa tecnologia para copos reutilizáveis habilitados para tecnologia não existia há cinco anos”, disse Bridget Croke, diretora administrativa da Closed Loop Partners, uma empresa de private equity focada na reciclagem que coordenou o desafio, entrevistada pela Bloomberg. O piloto envolve um teste para o público e, também, para as novas xícaras: os consumidores optarão por deixar cair xícaras em locais determinados para coleta em vez de lixeiras?
Após o uso, os copos devem ser empilhados em pontos de entrega amarelos espalhados por toda a cidade. Assim, serão empilhados em vans e enviados para limpeza. Incorporados com etiquetas RFID, as xícaras podem ser digitalizadas à medida que passam perto de determinados pontos, como o balcão da cafeteria ou um local de coleta.
Mais uma vez, o que está no centro das atenções é a Experiência do Consumidor. Com isso, independente de qual seja a melhor maneira de realizar uma atividade de identificação e rastreamento, por exemplo, ou para garantir a autenticidade de um produto ou, como neste caso, para reduzir o impacto ambiental das empresas, o que interessa mesmo é como as pessoas reagem a estas iniciativas.
Então, vale dizer que, no século XXI, além do uso de tecnologias avançadas para resolver problemas que até poucos anos não afligiam a humanidade [por pura ignorância e não por consciência], os melhores projetos serão aqueles que conseguirem aumentar a satisfação dos clientes. Pode anotar.
Edson Perin é editor do IoP Journal Brasil e fundador da Netpress Editora.