Edson Perin
A marca catarinense Makenji, especializada em moda feminina e masculina há mais de 40 anos, implantou etiquetas de identificação por radiofrequência (RFID) em todas as suas peças de roupas, o que resultou em um ganho significativo com a redução de custos e aumento de competitividade. A empresa é responsável pelo design de suas peças de moda e trabalha com confecções terceirizadas para alimentar de mercadorias próprias toda a sua rede de 21 lojas no Sul do Brasil.
Angelo Alves, executivo de Tecnologia da Informação (TI) e responsável pelo projeto de RFID da Makenji, diz que o diferencial da marca consiste em oferecer produtos contemporâneos, com qualidade e a um preço justo. “Para atingir este objetivo, investimos em pesquisas de tendências, engenharia de produto, rígido controle de qualidade, parceria com ótimos fornecedores, treinamento de equipes e tecnologia avançada no controle dos processos de desenvolvimento, compras e distribuição de produtos nos canais físicos e digitais”. E acrescenta: “nossa missão é encantar e proporcionar aos nossos clientes uma agradável experiência de compras”.
Antes da RFID, tecnologia implantada pela iTAG Etiquetas Inteligentes, toda a movimentação de produtos era feita individualmente na Makenji, por leitura de código de barras, um processo predominante manual e sujeito a erros. “Com a RFID, ganhamos muito em produtividade, pois na maioria dos processos a leitura passou a ser feita em lotes”. A implantação de RFID na Makenji segue o padrão passivo EPC UHF, da GS1, o que garante uma integração mais amigável com toda a cadeia de suprimentos.
Por meio de leitores instalados em dois portais no Centro de Distribuição (CD) da companhia, um na entrada de produtos e outro na saída, além de leitores em algumas estações de trabalho específicas, o processo de controle executado pelos colaboradores da Makenji passaram a oferecer ganhos utilizando o RFID. Os leitores são Impinj Speedway R420 e estão em uso mais de 85 mil tags inteligentes. “O principal desafio foi a adequação dos equipamentos e etiquetas utilizadas em nossos produtos”, diz Alves, sobre o processo de customização que trouxe como benefícios mais agilidade, confiabilidade e total rastreabilidade de produtos, eliminando perdas.
Como próximos passos, Alves vislumbra implantar equipamentos nas lojas com o intuito de ativar algumas aplicações, como antifurto, provador virtual, gerenciamento físico de estoque, ponto de venda inteligente (pdv), entre outras inovações voltadas para os negócios.
Alves explica como a RFID funciona em sua empresa. “Entramos o pedido no ERP [sistema de gestão eletrônico da companhia] e com todos os dados necessários para emissão dos GTIN na GS1. Tendo todas as informações que precisam ser impressas nas etiquetas, enviamos o lote para o software iPrint, da iTag, que nos retorna os EPCs [Códigos Eletrônicos de Produtos] correspondentes para cada item”, afirma.
As etiquetas impressas são, então, validadas no portal. “O operador entra com o pedido no middleware da iTag e faz a leitura. O ERP processa e valida. Somente depois desse processo, as tags são enviadas para os fornecedores”, relata. “Quando o produto retorna do fornecedor utilizamos o portal de entrada para realizar a leitura e validar com os dados do pedido. Após a validação, os produtos são colocados nas caixas para serem entregues a cada uma das 21 lojas”.
No dia do faturamento para as lojas, as caixas são lidas no portal de saída e o ERP valida o conteúdo com o que deve ir para a respectiva loja. “Após a validação, os produtos e as caixas são vinculados a loja destino”, explica Alves. “As caixas são lacradas e colocadas na área de expedição. Ao chegar na loja o operador acessa o ERP e lê a etiqueta de cada caixa. Após a leitura de todas as caixas, ocorre a validação com o que foi faturado e, em caso de divergência, fazemos a leitura individual dos itens”.
Os ganhos já atingidos com RFID, segundo Alves, são agilidade, confiabilidade e rastreabilidade em todo processo que envolve manipulação de produtos. “As expectativas foram plenamente atendidas”, atesta.
“Implantar RFID foi uma experiência muito positiva. Os processos foram melhorados e se tornaram muito mais eficientes”, conclui Alves. “Os principais desafios foram adequação dos equipamentos e etiquetas, instruir os fornecedores a aplicar as etiquetas de forma adequada e a curva de aprendizado dos nossos operadores de CD, durante o tempo que levou para sanarmos os dois itens anteriores”.
Assista à entrevista na íntegra: