GS1 aponta desafios para automação do agro brasileiro

Dentre os pontos encontrados pelo Índice Agrotech, estão sistemas de gestão, aplicação de tecnologias para preservação ambiental e automação de atividades de produção

Edson Perin

O estudo da GS1 Brasil sobre a automação do agronegócio brasileiro, o Índice Agrotech, aponta em sua edição de junho de 2024 que nem sempre a adoção de tecnologias tem sido feita em plenitude, maximizando o potencial de negócios e poupando recursos ambientais e financeiros.

O levantamento aponta três desafios para que isto ocorra. Primeiro, a adoção de sistemas de gestão automatizados; em segundo lugar, a aplicação de tecnologias voltadas à preservação ambiental; e, em terceiro, a automação, coleta, monitoramento e integração dos dados com os processos, maquinários e equipamentos voltados a produção.

Um ponto de atenção identificado pelo estudo, é a intenção de investimento. Na agricultura, a intenção em investir em integração de equipamentos e sistemas de gestão não é mencionada como uma das principais prioridades, sendo que uma das causas na queda do índice está relacionada a baixa adoção de sistemas de gestão.

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Para ter acesso ao Índice Agrotech na íntegra, clique aqui

Para todas as frentes da pecuária (corte, leite, suinocultura e avicultura), a integração de equipamentos e sistemas de gestão estão como prioridade, sendo citado na primeira ou segunda posições. Isso quer dizer, que o Índice de Sistema de Gestão que – no ano de 2023 – subiu 2%, para a mensuração em 2024, pode apresentar novo crescimento.

Ao longo de três anos de mensuração do Índice Agrotech, flutuações na adoção da automação e digitalização dos processos de produção foram sentidas. A Agricultura é tida como um dos setores que mais sofrem com as condições naturais e a adoção de tecnologia é vital para o desenvolvimento sustentável da atividade.

O índice aponta, que a Agricultura foi o setor mais impactado pela baixa adoção de automação e tecnologia ligados aos processos, equipamentos, sistema de gestão e ambiental. Mesmo com a queda, o índice ainda é superior à média do Brasil desde o início da mensuração em 2019. A Pecuária, apresenta crescimento constante ao longo dos anos.

Na análise por região, o Sudeste apresenta crescimento contínuo ao longo dos três anos de acompanhamento. Do ano de 2023 a 2021, o crescimento foi de 18%. O ano de 2023 comparado a 2019, teve alta de 67%. Regiões como Centro-Oeste e Sul apresentaram queda na comparação com 2021 e 2019, mesmo assim apresentam índice superior à média do Brasil, de 0,2%. As regiões Norte e Nordeste apresentaram quedas acentuadas no índice de automação, ficando abaixo da média Brasil, 0,205.

Devido às características de menor poder aquisitivo, as pequenas fazendas apresentam maior distanciamento na adoção de automação e tecnologia em relação aos demais portes. Mesmo assim, as pequenas fazendas avançaram no índice de 2023 na comparação com o ano de 2021, o crescimento foi de 5%.

Na comparação com o primeiro ano do índice, o avanço foi de 29%. As médias e grandes fazendas apesar de terem apresentado queda em seus índices em 2023, ainda apresentam índice superior a mensuração de 2019 e a média superior ao índice Brasil de 2023 (0,2%).

O aumento da aplicação de sistemas de uso inteligente de água e produção alternativa de energia podem ter contribuído para o crescimento de 19% no índice ambiental. Já a baixa adoção de software para o gerenciamento das atividades e baixa integração no recebimento dos dados são vistos como causadores da queda de 12% no índice de sistema de gestão.

Outra queda foi sentida no índice de processos, equipamentos e maquinários. O que em parte, pode ser justificado pelo tempo de vida útil dos maquinários e equipamentos que contribuem com a falta de integração dos dados.

O Índice Agrotech iniciou sua realização em 2019, com o objetivo de fornecer dados confiáveis e relevantes a respeito de um tema ainda pouco explorado e com indicadores consistentes fornecidos por uma organização global com autoridade e expertise no tema de automação.

De cinco anos para cá, o estudo está em sua terceira edição, com análises mais robustas e abrangentes, permitindo a todos acompanhar a evolução do setor agropecuário. Os dados do estudo mostram que as empresas do campo estão adotando a tecnologia na digitalização e na automação em suas atividades.

Para ter acesso ao Índice Agrotech na íntegra, clique aqui.

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