Fábrica de roupas infantis cresce 50% com RFID

A solução utilizada pela Anjos Baby, de Mirassol (SP), permite 100% de exatidão nas entregas de seus produtos a varejistas, com custos menores

Edson Perin

A fábrica de roupas para crianças de zero a quatro anos Anjos Baby, de Mirassol (SP), adotou a solução de identificação por radiofrequência (RFID), da iTag Etiquetas Inteligentes, para melhorar os seus processos de negócios. Após a implantação, ocorrida em 2016, a fabricante afirma ter atingido 100% de acerto nas entregas de encomendas de seus clientes varejistas. E mais: nos últimos anos, a companhia cresceu 50% também graças à tecnologia RFID.

Segundo Emerson Botero, sócio da Anjos Baby, hoje há total controle de peças na finalização da produção. Além disso, na entrada em estoque, houve uma redução de 90% no tempo de operação. E, no faturamento, caiu em 60% o tempo para processamento das roupas, com possibilidade zero de erro. Pra se ter uma ideia, a Anjos Baby fabrica 700 modelos de roupas, com 4.500 SKUs (unidades mantidas em estoque) por coleção, totalizando aproximadamente 500 mil pedidos por ano.

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Coleção Anjos Baby 2020

Atualmente, com RFID, a Anjos Baby já faz a análise e conferência das caixas lacradas após emissão das Notas Fiscais e projeta a aplicação dentro da produção, ou seja, pretende utilizar a RFID para movimentar as várias fases da manufatura, que inclui bordado, estamparia, costura etc. Para isto, a companhia prevê enfrentar desafios relacionados a custos, melhorando seus ganhos.

A integração da solução de RFID com o ERP da empresa ocorreu naturalmente. “Em nosso caso, seria impossível ter a implantação sem a integrar as plataformas”, explica Botero. “Utilizamos o ERP Millennium, parceiro de longa data da Anjos Baby, que há anos também tem se dedicado neste projeto”, afirma Botero. “Muitas reuniões e conversas ocorreram nesse sentido, até chegar a hora de colocar a mão na massa”. O banco de dados funciona localmente na Anjos Baby.

No setor de embalagens, os produtos recebem as etiquetas RFID com suas respectivas informações: modelo, cor, tamanho, Ordem de Produção. Lotes de vários produtos são levados ao portal onde é feita a leitura e são baixados da produção e inseridos no estoque. Em seguida, o ERP Millennium gera um pré-faturamento dos produtos, que são separados e encaixotados. “Antes de lacrar as caixas, fazemos a conferência do pré-faturamemto”, diz Botero. “Nesse momento temos a certeza ou não que os produtos encaixotados atendem perfeitamente ao pedido e liberamos o mesmo para emissão de Nota Fiscal”.

Segundo os gestores da fábrica, a solução RFID atendeu as expectativas. “Os ganhos foram enormes, com alto ganho de eficiência nos setores onde a tecnologia está sendo utilizada”, explica Botero. “Os colaboradores da empresa ficaram impressionados com os resultados e se sentem extremamente valorizados em poder executar essas funções”.

Outros benefícios ultrapassaram os limites da fábrica. “Os clientes que recebem nossos produtos têm a opção de controlar o PDV sem a necessidade de etiquetar os produtos, uma vez que as tags acompanham todos os itens que produzimos”, explica o executivo. “Além disso, para os clientes que ainda não controlam estoques e vendas com RFID, fica a imagem de uma empresa moderna e revolucionaria”.

De acordo com Sérgio Gambim, CEO da iTag, o middleware iTag Monitor é responsável por intermediar as configurações e leituras entre o ERP e o leitor RFID. É uma ferramenta que está em melhoria constante, trazendo sempre as mais recentes atualizações de tecnologia dos leitores. “A ferramenta está instalada nos portais de entrada e saída de produtos”, afirma Gambim.

Dois portais, contendo um leitor cada um, foram implantados na fábrica. O primeiro e maior portal fica na entrada do estoque, por onde, na medida em que são finalizados, os lotes de produtos vão sendo armazenados. “Aqui os desafios foram enormes”, diz Botero. “Em nosso processo, quando determinado produto entra no estoque, este é baixado automaticamente de sua respectiva ordem de produção. Para que isso ocorresse, foi necessário customizar o ERP”.

O segundo portal está localizado na expedição, onde as mercadorias pré-selecionadas para os pedidos são conferidas. “Nesse momento, fazemos a leitura dos produtos já encaixotados”, esclarece Botero. “Trabalhamos com leitores Zebra Technologies, para impressão e gravação das etiquetas na impressora Zebra. As etiquetas são iTag.

Para atender as necessidades de leitura, foi necessário customizar e integrar o ERP com os equipamentos. Assim, todas as partes envolvidas se dedicaram ao máximo. A Millennium customizou o sistema e a iTag teve de fazer a implantação com a produção em andamento e realizando inventário de todo o estoque.

Antes da RFID, o processo se baseava na leitura individualizada de cada peça, ou seja, era necessário que todo produto ao ser movimentado passasse por um leitor de código de barras padrão. Com a RFID essa operação passou a ser por lotes de produtos, dando velocidade e segurança às movimentações. A implantação RFID segue o padrão passivo EPC UHF, da GS1, trazendo benefícios globais tanto na aquisição de suprimentos como de equipamentos.

A experiência de implantar RFID foi altamente positiva, porém vários foram os desafios, segundo Botero. “Tivemos que junto com parceiros desenvolver a integração de software e hardware. Como se trata de desenvolvimento foi necessário testar, validar e homologar as tarefas, tudo isso dentro do processo produtivo da empresa e muitas vezes com pessoas que não tinham muita familiaridade com as novas ferramentas”.

“A distância também foi um desafio, porque estamos a quase 500 km de São Paulo e, quando ocorria inconsistência com hardware ou software, tínhamos um problemão”, explica Botero. “Tivemos e ainda temos talvez o principal desafio: custos. Estamos falando de tecnologia relativamente nova e ainda pouco difundida e, em nosso caso, como as etiquetas são parte integrante dos produtos tivemos custos adicionais”.

Assista à entrevista na íntegra:

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