Empresas como Nestlé e Kraft Heinz abrem projetos no AIPIA Congress

Reduzir custos, baixar consumo de energia, reciclar lixo e incrementar negócios são as principais metas das companhias, por meio de investimentos em Smart Packaging

Edson Perin

“Estamos aqui para fazer negócios”. Assim, Dick De Koning, chairman da Active and Intelligent Packaging Industry Association (AIPIA), definiu o evento que se iniciou nesta segunda-feira, 18, em Amsterdã, Holanda. “Os negócios que estão sendo realizados hoje em dia com Smart Packaging envolvem basicamente identificação, rastreamento, autenticidade, engajamento de consumidores e melhoria da experiência do cliente”, afirmou De Koning. “E a AIPIA é o maior ecossistema do mundo em Smart Packaging”.

Também na abertura do AIPIA World Congress 2019, Eef de Ferrante, diretor executivo da associação, falou sobre o papel da AIPIA quanto a mostrar as últimas tecnologias em Smart Packaging, lembrando que várias empresas fornecedoras estão expondo suas soluções até esta terça-feira, dia 19, durante o evento internacional.

Assista a uma parte da explicação de como funciona o sistema de
Smart Packaging da Kraft Heinz para vender mais queijo

E, nos palcos do congresso, várias empresas apresentaram – e apresentarão – seus projetos de Smart Packaging. Robert Witik, representante do Nestlé Institute of Packaging Sciences, falou sobre os estudos em andamento para tornar a companhia livre de plásticos até 2025, quando – junto com outras empresas do mundo – deverá ter 100% de seu lixo totalmente reciclável.

“Os plásticos são um grande desafio para as empresas hoje”, afirmou Witik. “Esperamos que em 2025 tenhamos controlado todos os plásticos de nossa empresa, tornando as embalagens totalmente recicláveis”. Em setembro de 2019, a Nestlé anunciou a criação do Instituto de Ciência das Embalagens (leia mais em Nestlé cria instituto para pesquisar embalagens).

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Tag dá dicas sobre receitas que variam com a localização do produto à venda e com a temperatura ambiente

Desenvolvido para endereçar os objetivos da Nestlé com suas embalagens e atingir o nível que pretende, o instituto já conta com a participação de 4.900 funcionários ao redor do globo.

“Descobrir, Desenvolver e Implantar: assim funciona a organização do instituto da Nestlé, onde desenvolvemos as embalagens do futuro, que facilitarão a reciclagem e irão estimular a demanda”.

Segundo Witik, a companhia está retornando para o básico. Ou seja: “as embalagens servem a princípio para conter e manter o produto, além de realizar a comunicação com o consumidor. Estas são as funções básicas de uma embalagem”, explica. “As Smart Technologies têm impacto grande nas embalagens hoje e, por isso, criamos o instituto, para ir a fundo nisso”.

Sem revelar o investimento em pesquisa da Nestlé, Witik explicou que o que está em jogo é o impacto no custo e da embalagem no ambiente. “O varejo está mudando para ser mais eficiente com tecnologias para distribuir produtos. Temos também temas como a melhoria da experiência do cliente etc. E a sustentabilidade, de modo crescente”.

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Visão de cima do evento

Uma das pesquisas da Nestlé envolve um serviço para ajudar o consumidor a controlar seu estoque de alimentos em casa, além de oferecer receitas e outras informações. “Este processo terá interação, trazendo valor ao consumidor”. Também estão em andamento análises para obter uma cadeia de valor ainda mais conectada.

“A maior parte das marcas têm a obrigação de ter 100% de materiais recicláveis até 2025”, informou Witik. “Nós estamos trabalhando muito nisto, para implantar novas tecnologias que ajudem a tomar decisões. Temos uma plataforma de gestão de embalagens, pretendemos aumentar o valor das embalagens flexíveis e observamos o comportamento do consumidor, que é complexo. Incentivos ao consumidor são importantes, afinal recebem uma infinidade de informações de todos os lugares e não conseguem processar tudo”.

Outra empresa a ter seu case apresentado foi a Kraft Heinz, que junto com Walmart e NXP, desenvolveu uma ideia para ajudar a vender mais queijo com Smart Packaging. “Tivemos o mesmo problema de todo fornecedor de tecnologia: como fazer a embalagem se tornar relevante para o consumidor. E provar que há um retorno de investimento nisso”, declarou John Galino, CEO da TPG Rewards, empresa especializada em gestão de prêmios e que também participou do projeto.

“A compra tem a ver com quanto queijo se pretende vender e o posicionamento na loja”, explicou Galino. “Nós gostaríamos de dar um incremento de vendas e de display, mas é difícil fazer esta matemática. O orçamento teria de atender a necessidade de promoção, além das tags e sistemas”, esclareceu.

Para Galindo, a ideia de recompensas não foi super revolucionária ou inovadora. “Oferecemos receitas para o consumidor preparar com os produtos, descontos especiais e ‘gamification’ [criação de jogos], com 50 dólares de prêmio para cada ganhador”. Além disso, por meio da inteligência dos sistemas com as tags Near Field Communication (NFC), as receitas, por exemplo, mudam conforme a localização geográfica em que o produto está à venda e a temperatura ambiente.

De acordo com Sylvia Kaiser-Kershaw, executiva global de marketing da NXP, os resultados ainda não foram totalmente apurados, porque o case está em andamento.

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