Edson Perin
A indústria farmacêutica tem sido uma das mais visadas em todo o mundo por quadrilhas de falsificadores, o que coloca em risco vidas de seres humanos – e, também, de animais. Grande parte dos fabricantes de medicamentos têm buscado resolver problemas deste tipo com as Embalagens Inteligentes (Smart Packaging, em inglês), por meio de tecnologias de Internet of Packaging (IoP), que vão de sistemas baseados em etiquetas de radiofrequência à Impressão Digital.
Além das falsificações, as companhias do setor farmacêutico enfrentam também as necessidades de adequação às emergentes demandas regulatórias em diversos países. Essas novas obrigações legais buscam a garantia da autenticidade dos medicamentos, o que é um fator de segurança da saúde pública, e o combate ao mercado cinza. Ou seja, as agências de saúde querem dar certeza aos pacientes de que estão recebendo as medicações corretas para seus tratamentos.
O risco de falsificações e desvios de produtos têm sido os principais motivadores para a implantação em massa das tecnologias de IoP pela indústria farmacêutica. E isto não vem de hoje. O requisito de pedigree eletrônico, por exemplo, criado na Califórnia para a serialização e redução de ameaças de falsificação, no final da década passada, foi um dos principais motivadores desta questão.
Assim, por volta de 2008, proprietários de marcas de produtos farmacêuticos tiveram de buscar novas e eficientes soluções para gerenciamento de suas cadeias de suprimentos. A partir de então, as soluções para controle de embalagens com tecnologias de IoP passaram a ser estudadas e testadas para uso em toda a indústria.
O problema de falsificação de produto da indústria farmacêutica atinge países em todo o mundo. Um conjunto abrangente de alternativas para combater este cenário envolve soluções de rastreabilidade e recursos seguros para controle de autenticidade de produtos em toda a cadeia de valor farmacêutica, incluindo todos os níveis de embalagens de produtos, desde a unidade (por exemplo, comprimido ou frasco) até o pallet.
A serialização em massa de produtos e os recursos tecnológicos de autenticação com segurança por meio de variáveis impressas em embalagens estão entre os recursos de rastreamento e controle mais bem recebidos pelas empresas do setor. A razão são os custos menores para produção e a maior velocidade de fabricação das embalagens, mesmo se forem produzidas sob demanda, por processos de Impressão Digital.
Deste modo, as companhias farmacêuticas passaram a implantar soluções de IoP projetadas para ajudar a conter as perdas de receita que podem resultar de falsificações e desvio de produtos, enquanto melhoram a lucratividade e reduzem custos.
A proteção da marca também está entre os ganhos econômicos dos fabricantes, por meio de serviços abrangentes de imagem, incluindo registro, captura de dados e autenticação final. As “watermarks” (marcas d’água) possíveis pela Impressão Digital funcionam como uma interface para o próprio consumidor ter segurança da autenticidade dos medicamentos que está adquirindo. Sendo assim, o cliente munido de seu smartphone pode ler códigos invisíveis aos olhos humanos e que estão impressos na caixa do medicamento, permitindo conferir e garantir sua originalidade.
Deste modo, os proprietários de marcas conseguem ter processos projetados para atender aos requisitos de rastreamento das cadeias de valor de medicamentos. Os Códigos de Barras ou as etiquetas RFID, por exemplo, no nível de paletes e caixas podem ser complementadas com Impressões Digitais. Assim, a serialização passa a incluir a autenticação rápida e confiável dos produtos em todos os pontos da cadeia de suprimentos, da indústria farmacêutica, passando pelo hospital e até o consumidor final.